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Georg Elser não é o típico nome que lemos nos livros de história, principalmente por ser, ofuscado pelo Coronel Claus von Stauffenberg, também idealizador de um plano para matar Hitler, que também falhou. Elser, que tentou matar Hitler antes de todo início do terror, ganhou reconhecimento da Alemanha anos depois, e o diretor do premiado ‘A Queda: As Últimas Horas de Hitler’ (2004) volta a trazer o ditador alemão como tema aos cinemas, mas dessa vez, com uma nova história.
Tratar da Alemanha nazista é complicado e delicado por ser um tema pesado e que ainda mexe com as pessoas, mesmo com aqueles que não vivenciaram todo o terror. A dificuldade fica principalmente para o diretor alemão Oliver Hirschbiegel, que volta a trazer essa lembrança para seu país. Apesar da história se passar antes do início da II Guerra e de Hitler se tornar o Hitler que conhecemos, o diretor se utiliza de cenas fortes de mortes e tortura para, propositalmente, dar aquela provocada.
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Com um roteiro bem escrito e bem trabalhado, a história de Elser é necessária, não só para a Alemanha, mas para o mundo conhecer. E mesmo com apenas cinco filmes em sua carreira, Oliver ganhou destaque com ‘A Queda’ e não perdeu a qualidade em ‘13 Minutos’, mesmo com o longa seguindo um certo padrão já comum nos filmes históricos e biográficos. Seguindo uma linha diferente de Bryan Singer em ‘Operação Valquíria’ (2008), Oliver traz mais intimidade ao personagem, sendo um filme sobre a pessoa, misturando com sua ação.
O trabalho de atuação é bem explicito na tela, Christian Friedel se entrega ao personagem e faz um papel maravilhoso, junto com todo o resto do elenco, que também se apresenta bem sóbrio. Com uma história cheia de flashbacks, a montagem passa a lembrar ‘Quem Quer Ser Um Milionário? ’ (2008), por tratarem das influencias do passado em nosso presente. Nada é forçado, os flashbacks são pontuais e necessários, tornando-se até obrigatórios para entendermos mais a importância de Elser do que sua motivação.
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Destaque também para uma fotografia, inicialmente maravilhosa, mas que segue estável sem gerar novos encantos ao decorrer do longa. Trazer imagens reais para uma mistura dinâmica com a ficção passa uma sensação de proximidade com a realidade e deixa o espectador dentro da história por mais tempo. A figura de Hitler, apenas mostrada de forma clara através de arquivos alemães demonstra uma preocupação maior com Elser do que com o próprio ditador. A trilha sonora pesada e tensa combina em seus momentos, enquanto a trilha suave e um pouco mais leve transmite a sensação escolhida para a ambientação em que está inserida.
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Seu destaque no Festival de Berlim não é à toa, filmes de alta qualidade merecem a atenção que ganham. A presença do longa na 40a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo pode transmitir para mais gente a grandiosidade de ‘13 Minutos’.
‘13 Minutos’ não é um filme de herói e tem um destaque maior pela história do personagem do que como filme em si. Apesar de ser mais um filme do gênero com um tema já bastante tratado, o longa traz histórias e questionamentos novos da forma que o espectador merece.
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