Especial David Bowie – Para Além do Humano

David Bowie para quem não está familiarizado com a importância e peso de sua carreira para a cultura pop mundial, foi simplesmente a curva inglesa do rock “cru” do punk e heavy metal dos anos 1970, para a criação do glam rock, um estilo mais chamativo pelas roupas fashionistas, posturas sexualmente ambíguas e letras cheias de referências literárias de ficção-científica. Em seu clássico disco Diamond Dogs (1974), o livro 1984 de George Orwell é transformado em música. Entre várias mudanças no visual e junções de estilos musicais, Bowie criou personagens no palco, como o alienígena Ziggy Stardust, talvez o mais famoso deles. Criador de singles como Rebel, Rebel ou na fase “careta” China Girl, o multimídia inglês também esteve presente no cinema aproveitando sua veia teatral. Não foi um curso tão genial como na música, mas deixou boas impressões sobre sua seriedade com o a sétima arte.

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Pelo menos alguns personagens são dignos de nota como o cult vampiro de ‘Fome de Viver’(1983) de Tony Scott, um militar inglês em ‘Furyo’ de Nagisa Ôshima, o amado duende de ‘Labirinto – A Magia do Tempo’ (1986), o pintor Andy Warhol em ‘Basquiat – Traços de uma Vida’ (1996) e entre os últimos trabalhos, o cientista Nicola Tesla em ‘O Grande Truque’, que aliás foi uma exigência de Christopher Nolan, que o seduziu de todas as formas, por encontrar em Bowie o mistério perfeito embutido no personagem histórico.

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Sua figura andrógina virou referência de rebeldia na juventude inglesa dos 70 e pode ser conferida em dois filmes muito bons. ‘C.R.A.Z.Y- Loucos de Amor’ (2005) e ‘Velvet Goldmine’(1998), este último feito por Todd Haynes (Não Estou Lá), aborda a cena turbulenta do rock através de um personagem fictício que é o próprio Bowie encarnado por Jonathan Rhys Meyers, um astro vaidoso e genial com uma sede por ser mitificado. Entre várias citações, está sua relação com o bom-maluco Iggy Pop (Ewan McGregor) e sua esposa que tolerou sua fase mais egocêntrica e cercada de traições.

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Entre seu legado musical, houveram diversas bandas que têm Bowie como referência como Muse, Placebo, The Killers e o próprio Ian Curtis, vocalista suicida da banda que inaugurou o pós-punk dos anos 1980, Joy Division.
Após 18 meses de uma luta travada com um câncer de pulmão e sua morte anunciada neste dia 11 aos 69 anos, o cantor deixou um disco póstumo, ‘Blackstar’ com diversas indicações de sua situação e como encarou espiritualmente o inevitável. Depois de quase uma década sem produzir lançou o assustador ‘The Next Day’ (2013) que o colocou de volta no topo. Um iconoclasta que ficará para a história.

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