Um filme baseado em uma incrível história real e que em sua totalidade, nos angustia. “Philomena” traz a veterana Judi Dench no papel principal. A atriz, com seus 79 anos, se mostra em seu melhor momento, provavelmente devido à imensa carga de experiência que ela traz nas costas. Dench vive Philomena Lee, que, quando menina, separou-se de seu filho por uma grande injustiça. Depois de longos 50 anos, o jornalista Martin Sixsmith, demitido de seu emprego bem-sucedido, decide ajudá-la em troca de poder publicar a história de Philomena. Sixsmith é interpretado por Steve Coogan. Os dois atores criam uma interação fantástica, que valoriza o longa ainda mais. Coogan assina o roteiro de “Philomena”, juntamente com Jeff Pope, que formaram uma dupla e tanto.
Sophie Kennedy Clark tem uma breve participação no filme, interpretando a fase jovem de Philomena Lee, mas a atriz consegue, nos seus breves momentos, nos despertar o desespero vivido pela personagem.
A direção do britânico Stephen Frears é ótima, e merece destaque.
Não há como não comentar da trilha sonora do filme, o premiado Alexandre Desplat faz um trabalho esplêndido, adequado às diversas emoções que o longa nos traz.
Baseado no livro do verdadeiro Martin Sixsmith (“The Lost Child of Philomena Lee”), “Philomena” nos leva a uma intensa crítica aos dogmas da Igreja Católica, e nos deixa intrigados a com ingenuidade e submissão da personagem principal, que não enxerga maldade nas atitudes de quem tirou seu filho de seus braços. Ao mesmo tempo, nos deparamos com um jornalista ateu, que propõe perguntas cabíveis à Philomena, e questiona frequentemente esses dogmas.
O filme também aborda o homossexualismo em meio à história, porém de forma bastante delicada e discreta.
“Philomena” tem 4 indicações na 86ª premiação do Academy Awards, nas categorias “Melhor Filme”, “Melhor Atriz” com Judi Dench, “Melhor Trilha Sonora”, por Alexandre Desplat, e “Melhor Roteiro Adaptado”. O filme ganhou o BAFTA de “Melhor Roteiro Adaptado”.