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Em 1902, George Méliès inaugura o gênero de ficção científica com o curta-metragem de 14 minutos “Viagem à lua”.

O que podemos falar sobre o filme? Elogiar a atuação? Muito vago neste caso. Trilha sonora? Não possuía. Mas o que se pode citar é a criatividade dos envolvidos, sobretudo do diretor.
Numa sequência de planos interessantes, um grupo de homens — que pareciam ser magos, com seus chapéus, barba e roupas incomuns — discute, planeja a ida a lua, que inicialmente parecia absurda. Por fim, acabam decidindo partir para o satélite. Com ênfase para o “lançamento” pomposo e estranho (através de um canhão, com uma capsula semelhante a uma bala), contando inclusive com coristas.
A aterrisagem tem demonstração de duas formas, em uma delas, o projétil atinge “o olho” da lua, representada por uma face humana, sem dúvida uma cena marcante. A outra procura deixar clara a visão mais humana sobre a chegada a um local inexplorado. Existem alguns erros científicos no curta de Méliès, mas nem por isso deixa de ser um marco importante para o Cinema.
Na lua, os homens encontram cogumelos gigantes e alienígenas, também conhecidos por Selenitas. As imagens de combate tornam-se cômicas. O filme ainda apresenta alguns efeitos inovadores, como a cena em que caem com a “nave” no mar.
Assim como a partida, a chegada a terra, tem um teor festivo, com entrega de medalhas “aos heróis”, música, dança. Um dos Selenitas que caiu com a nave, é obrigado a dançar, pode-se dizer que estava a ser tratado como um escravo. Prática comum para a época.
“Viagem à lua” foi certamente um dos primórdios da maravilhosa sétima arte.

Por Anderson Fernandes.

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