A tradição do cinema brasileiro na comédia é vasta e cheia de obras marcantes e que de certa forma influenciaram muitas gerações, criando uma reserva de público onde todas as produções são garantia de sucesso. Só que a sequência de “Os Parças” não só não aproveita os acertos do passado como também não aprende com os próprios erros.

Os quatro amigos vividos por Whindersson Nunes, Tirulipa, Tom Cavalcante e  Bruno de Luca repetem a mesma fórmula do primeiro filme da franquia: sai um casamento e dessa vez entra uma colônia de férias com adolescentes.

(Vale ressaltar que nesse mundo de hoje é inimaginável um grupo de adolescentes entre 16 e 18 anos numa colônia de férias como a desenhada do filme.)

Alguns talentos do elenco são subaproveitados em um roteiro raso e de piadas previsíveis.

As sucessivas esquetes, mais habituais na televisão, vão se acumulando desde o encontro dos personagens logo no início num hotel, quando, sem dinheiro para pagar a conta, bolam um plano para fugir.

Algumas situações do filme faz lembrar um outro quarteto que fez história no cinema brasileiro, Os Trapalhões. Sucesso na TV a trupe trouxe na sua cinematografia histórias interessantes, releituras e adaptações de clássicos do Cinema com criatividade e aproveitando o que tinha de melhor de cada personagem.

O quarteto de “Os Parças”, criado para unir diversas gerações, é mal construído e se apoia em fórmulas do humor já exploradas à exaustão como as piadas escatológicas, afogamento com salvamento de respiração boca a boca, abelhas e etc.  E parece ignorar o bom legado deixado pelos veteranos.

A direção ficou a cargo de Cris D’Amato, que repete os erros cometidos no primeiro apesar da grande experiência no cinema de humor recente em sucessos como “S.O.S Mulheres ao Mar” e “É Fada”.

Algumas atuações exageradas de coadjuvantes mostram que por mais que se mire num público infanto juvenil ou na família inteira a condução da história não acerta em lugar nenhum.

Com comediantes que brilham em outras mídias e vão mal no cinema o problema de “Os Parças 2” não está no elenco e sim na falta de inovação, tal qual o tio do pavê, a maior instituição de humor repetitivo e de piadas batidas da cultura nacional.

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