OSCAR 2020 | Relembre 20 grandes obras que já ganharam o prêmio

A contagem regressiva para o Oscar já começou. Filmes assistidos, apostas feitas, bebida na geladeira. Agora, é aguardar para a premiação de domingo e torcer para o seu favorito levar algumas estatuetas para casa.

E nesse período de ansiedade, o Super Cinema Up separou uma lista com 20 grandes filmes que já venceram na categoria de Melhor Filme na cerimonia.

Confira!

Ziegfeld – O Criador de Estrelas (1936)

Sinopse: Histórias do mais famoso apresentador dos Estados Unidos, promotor e eterno ícone do entretenimento. Um homem que dominou o teatro da Broadway por décadas.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Atriz (Luise Rainer) e Melhor Direção de Dança.

Outras indicações: Melhor Direção de Arte, Melhor Montagem e Melhor Roteiro Original.

Esta obra prima vai além das produções que se baseiam em espetáculos da Broadway – o que revolta muitos amantes da sétima arte. O ponto fundamental do filme é a forma com que o personagem principal é retratado, considerando toda a sua esperteza, habilidade e invejável lábia para com os demais. Toda a forma com que Ziegfeld convencia as pessoas de que ele estava certo em suas atitudes e decisões é tão impressionante que é considerável que o filme tenha se tornado uma espécie de auto ajuda para muitas pessoas.

A Vida de Emile Zola (1937)

Sinopse: O filme narra a ascensão do escritor francês Emile Zola e seu envolvimento na defesa do capitão Alfred Dreyfus, um militar condenado injustamente sob a acusão de traição apenas por ser judeu.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Joseph Schildkraut) e Melhor Roteiro.

Outras indicações: Melhor Diretor (William Dieterle), Melhor Assistente de Direção, Melhor Ator (Paul Muni), Melhor Roteiro/História Original, Melhor Direção de Arte e Som.

Esta obra revolucionária intriga e fascina estudiosos até hoje. A cinebiografia do escritor que afrontou o governo francês, conseguiu inspirar muitas pessoas, especialmente da área jurídica, a quererem lutar por aquilo que é justo aos olhos deles.

… E O Vento Levou (1939)

Sinopse: A história se passa durante a Gerra Civil Americana, período no qual fortunas e famílias foram destruídas. Entre diversas, encontramos a bela sulista Scarlett O’Hara, que conhece um aventureiro galanteador com quem vive uma relação de amor e ódio. Mas ela também precisa se manter firme para reconstruir sua vida com sua família.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Victor Fleming), Melhor Atriz (Vivien Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante (Hattie McDaniel), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia Colorida, Melhor Direção de Arte, Melhor Montagem, Honorário (William Cameron Menzies) e Técnico (Don Musgrave).

Outras indicações: Melhor Ator (Clark Gable), Melhor Atriz Coadjuvante (Olivia de Havilland), Melhor Som,
Melhor Trilha Sonora e Melhores Efeitos Especiais.

Quando se fala em clássico do cinema, o primeiro filme que vem na cabeça é … E O Vento Levou, o primeiro filme colorido a vencer o Oscar na categoria principal.

Antes que Victor Fleming fosse o diretor fixo do longa, George Cukor e Sam Wood foram cogitados para a direção. Cukor e Wood iniciaram as filmagens (mas foram demitidos pelo produtor David O. Selznick a pedido de Gable e enquanto não escolheram um diretor, o próprio O. Selznick e o desenhista de produção William Cameron Menzies dirigiram algumas sequências). Mesmo assim, os dois diretores não foram creditados.

Fleming chegou a dirigir outro filme no mesmo ano que também entraria para a história como um dos melhores filmes do cinema: O Mágico de Oz. Os dois competiram entre si nas categorias de Melhor Filme e Melhor Trilha Sonora.

Muitos afirmam que o ano de 1939 foi o melhor do cinema, além de mais farto. Na premiação do Oscar, também foi considerado o melhor de todos os tempos, tendo O Morro dos Ventos Uivantes, Adeus, Mr. Chips e No Tempo das Diligências na disputa da estatueta principal. Na época, Vivien era recém chegada a Hollywood e foi descoberta na última hora, conquistando o papel de Scarlet, mesmo competindo com as atrizes Bette Davis, Susan Hayward, Norma Shearer, Joan Crawford, Katharine Hepburn, Lana Turner e Paulette Goddard.

Apesar de …E O Vento Levou ter passado por significativas mudanças, torna-se magistral também por ter uma fotografia belíssima que veio ficar ainda melhor com as edições restauradas quando lançaram em edições especiais em DVD e em Blu-ray.

Farrapo humano (1945)

Sinopse: O retrato dilacerante de um alcoólatra, cujo vício consome a carreira, devasta o convívio social e assola sua vida amorosa.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Billy Wilder), Melhor Ator (Ray Milland), e Melhor Roteiro Adaptado.

Outras indicações: Melhor Fotografia (preto e branco), Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Montagem.

Merece estar na lista devido a uma extraordinária abordagem de Billy Wilder em mostrar para uma sociedade tão insensível da época os problemas relacionados alcoolismo. A forma como a trama foi trabalhada se mostrou tão realista que pouquíssimas pessoas são capazes de aguentar ver a cena do hospital.

Os Melhores Anos de Nossas Vidas (1946)

Sinopse: O filme conta a história de três soldados que regressam para sua cidade natal depois da Segunda Guerra Mundial. Cada um se encontra, à sua maneira, com dificuldades para se adaptarem a vida normal depois da experiência na frente de combate.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (William Wyler), Melhor Ator (Frederic March), Melhor Ator Coadjuvante (Harold Russel), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora.

Outras indicações: Melhor Som.

Não obstante o fato de ver soldados da segunda guerra retornarem para as suas casas e famílias, é bastante interessante ver a forma com que cada um remonta a sua vida. A cena do personagem deficiente de Harold Russel, que ensaia como seria a rotina de vida dele com a sua noiva lidando com todas as dificuldades, é tão comovente que só a cena em si valeria a estatueta.

A Malvada (1950)

Sinopse: O filme conta com a estrela de Bette Davis como Margo Channing, uma estrela da Broadway muito conhecida, mas envelhecida. Anne Baxter interpreta Eve Harrington, uma jovem fã ambiciosa que se insinua na vida de Channing, ameaçando sua carreira e seus relacionamentos pessoais.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Joseph L. Mankiewicz), Melhor Ator Coadjuvante (George Sanders), Melhor Roteiro, Melhor Figurino preto e branco e Melhor Som.

Outras indicações: Melhor Atriz (Bette Davis e Anne Baxter), Melhor Atriz Coadjuvante (Celeste Holm e Thelma Ritter), Melhor Direção de Arte (preto e branco), Melhor Fotografia (preto e branco), Melhor Edição e Melhor Música.

A Malvada é o tipo de filme que fala sobre diversas coisas, entre elas ambição, insegurança e competição. A ambição vem de uma fã de uma renomada estrela da Broadway, que aos poucos vai se aproximando dela, ganhando sua confiança para chegar ao seu objetivo: a de ser uma atriz tão conhecida e respeitada quanto a sua ”rival”.

Insegurança da parte de Margo (Bette Davis — divina), que está ficando velha e é convocada para uma competição conta uma jovem que deseja chegar ao estrelato a todo custo. Tudo isso numa trama cheia de intrigas, inveja e traição. Um marco no cinema que conta com um elenco de primeira liderado por Bette, Anne, Sanders e rápidas aparições da novata Marilyn Monroe (que viria a fazer sucesso anos depois).

Bette, conhecida por seu temperamento difícil, chegou a discutir e insultar a atriz Celeste de ”cadela” e Marilyn de ”vagabundinha loira” por acha-la sensual e sem talento. A Malvada foi o primeiro filme recordista em números de indicação, com o total de 14. O feito voltou a repetir com Titanic, no Oscar de 1998.

Marty (1955)

Sinopse: Marty é um açougueiro italiano solitário de 34 anos que acha que nenhuma mulher vai se interessar por ele. Por insistência da mãe, ele sai para dançar e conhece uma professora, também solitária. Eles se apaixonam, mas são dominados pela insegurança.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Delbert Mann), Melhor Ator (Ernest Borgnine) e Melhor Roteiro.

Outras indicações: Melhor Direção de Arte (preto e branco) e Melhor Fotografia (preto e branco)

Este é com certeza o filme mais simples dentre todos os consagrados com o premio máximo da Academia de Melhor Filme. E é exatamente pela simplicidade que esta singela produção consegue conquistar tanto o coração do público até os dias atuais, devido ao fato de muitos se enxergarem na pele do protagonista, que busca uma pequena oportunidade para conquistar uma moça contrariando as opiniões de seus familiares e amigos mais próximos.

Ben-Hur (1959)

Sinopse: Jerusalém, início da Era Cristã, o rico Judá Bem-Hur começa a se identificar com seus compatriotas que querem se livrar do domínio de Roma, e acaba entrando em conflito com seu amigo de infância, o romano Messala.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (William Wyler), Melhor Ator (Charlton Heston), Melhor Ator Coadjuvante (Hugh Griffith), Melhor Direção de Arte a Cores, Melhor Som, Melhor Trilha Sonora, Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Especiais, Melhor Figurino a Cores e Melhor Montagem.

Outras indicações: Melhor Roteiro Adaptado.

Não por ser o primeiro filme a vencer o máximo de prêmios – 11 estatuetas no total -, mas também por toda parafernália tecnológica da época. Sendo essa a terceira versão do romance de Le Wallace (as duas foram em 1907 e outra em 1927), ainda hoje impressiona pela espetacular cena da corrida de quadrigas, onde são exatos 15 minutos de duração e tornou-se obrigatória para os filmes do gênero.

Uma curiosidade é que o produtor Sam Zimbalist faleceu durante as filmagens e sua esposa recebeu a estátua em seu nome. Não há como negar que Ben-Hur é uma mega produção e mesmo visto nos dias de hoje, ainda assim é um marco na história do cinema. Filmado todo na Itália, este épico religioso diverte o espectador num ritmo apressurado.

A Noviça Rebelde (1965)

Sinopse: A história real de Maria, uma noviça que pouco antes da ll Guerra Mundial, cuida dos filhos de um importante aristocrata austríaco antinazista e com eles, forma um conjunto musical.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Robert Wise), Melhor Edição, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora

Outras indicações: Melhor Atriz (Julie Andrews), Melhor Atriz Coadjuvante (Peggy Wood), Melhor Fotografia a Cores, Melhor Direção de Arte a Cores e Melhor Figurino a Cores.

O sucesso se deve por vários motivos: as músicas, a simpatia que o roteiro conduz os atores e a narrativa, a esplendorosa fotografia. Mas acima de tudo, o carisma de Julie Andrews (que um ano antes protagonizou outro musical agradável, Mary Poppins, que lhe rendeu um Oscar de Melhor Atriz).

Filmado nos EUA e na Áustria em locações divinas, foi inspirado numa história real e no livro The Story of the Trapp Family Singers, tornando-se um filme memorável e querido por muitos que, quando crianças, conferiram-o no cinema. Os produtores queriam William Wyler (diretor de Ben-Hur) no comando, mas ele queria uma versão mais adulta e foi descartado. Talvez, se os produtores aceitassem a versão de Wyler, o resultado seria outro, talvez com uma outra dimensão.

O Homem Que Não Vendeu sua Alma (1966)

Sinopse: O respeitado líder britânico Sir Thomas More se recusa a pressionar o Papa para anular o casamento do Rei Henrique VIII e sua esposa espanhola, intensificando seu conflito com a monarquia. O devotado católico acredita nos princípios de sua religião e resolve deixar a corte real. Insatisfeitos, o rei e os legalistas decidem acusar More de traição.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Fred Zinnermann), Melhor Ator (Paul Scofield), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia e Melhor Figurino

Outras indicações: Melhor Ator Coadjuvante (Robert Shaw) e Melhor Atriz Coadjuvante (Wendy Hiller)

Esta imortal obra de Zinnemann apela para a seriedade em torno dos fatos estarrecedores em torno do personagem principal. A forma com a qual retrataram a intriga do líder britânico Thomas Moore como o rei Henrique VIII ficou impressionante a ponto de prender a atenção do público até o desenrolar desta história tão intrigante.

O Poderoso Chefão (1972)

Sinopse: A saga da ‘famiglias’ de Don Vito Corleone em assíduas brigas com outras famiglias da Máfia pelo controle de vários negócios ilegais.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Ator (Marlon Brando) e Melhor Roteiro Adaptado.

Outras indicações: Melhor Diretor (Francis Ford Coppola), Melhor Ator Coadjuvante (James Caan), Melhor Ator Coadjuvante (Robert Duvall), Melhor Ator Coadjuvante (Al Pacino), Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Música Original e Melhor Som.

Diga-se de passagem que este sim, é um filme poderoso. Baseado no romance de Mario Puzzo, The Godfather, e adaptado por ele mesmo e por Coppola, é o mais referido em filmes de máfia por ser genioso, e ter sido o responsável para dar uma cara nova ao gênero.

Na época, Coppola sofreu pressão por parte de Robert Evans quanto ao elenco. Evans não concordava pelos seguintes motivos: Al Pacino, na época, era desconhecido; James Caan por ser judeu e a carreira de Marlon Brando estava em ruínas. Brando, que queria muito o papel, conseguiu convencer a todos de que era o ator ideal para interpretar Don Corleone no teste, colocando algodão nas bochechas.

Coppola mostrou que pôde realizar um excelente filme a ponto de deixar todo o elenco indo contra a vontade de um dos produtores, levantando a decadente carreira de um veterano ator, chegando ele a ser laureado com o Oscar (Brandon se recusou a receber o Oscar e foi representado por uma índia em protesto ao modo como a indústria de cinema estadunidense tratava os índios). E tem mais: permitir que parentes entrassem no filme (ele foi acusado de nepotismo) e deixar a fotografia por conta de Gordon Willis. Não que Willis seja um diretor de fotografia inexperiente. Ele havia trabalhado em dois filmes: Klute — O Passado Condena (1971) e Amor Sem Barreiras (1970). Sua fotografia em O Poderoso Chefão foi considerada tão escura que nem se quer foi indicada ao Oscar.

Resultado? Foi trabalhar na continuação. Ninguém acreditava que a continuação fosse fazer sucesso tanto quanto o primeiro. Mas fez e, assim como o primeiro, levou seis estatuetas. Brandon e Robert De Niro venceram o Oscar pelo mesmo personagem – um no primeiro filme e outro no segundo.

Laços de Ternura (1983)

Sinopse: O relacionamento complicado entre Aurora à procura de amor e os problemas familiares da filha Emma.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (James L. Brooks), Melhor Atriz (Shirley MacLaine), Melhor Ator Coadjuvante (Jack Nicholson) e Melhor Roteiro Adaptado

Outras indicações: Melhor Atriz (Debra Winger), Melhor Ator Coadjuvante (John Lithgow), Melhor Direção de Arte, Melhor Edição, Melhor Trilha Original e Melhor Som.

O roteiro inteligente baseado no livro de Larry Mc Murtry é apenas um detalhe. O que o tornou também amável foram a fotografia, a direção de arte e a montagem.

A atuação de MacLaine é uma aula de interpretação, pois ela dá um show. O elenco coadjuvante também está excelente e é isso mesmo que mexe com o público e emociona mais ainda na cena em que sua personagem descobre que sua filha tem uma doença terminal. Doloroso e comovente, não chega a ser um dramalhão meloso e tedioso por causa de alguns momentos engraçados para ‘’quebrar o gelo’’. É competente e é o melhor do ramo de conflitos em família.

Amadeus (1984)

Sinopse: A incrível história de Wolfgang Amadeus Mozart, contada por seu rival e ex-rival Antonio Salieri – agora confinado a um asilo insano.

Vencedor nas Categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Miloš Forman), Ator (F. Murray Abraham), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Som, e Melhor Direção de Arte.

Outras Indicações: Melhor Ator (Tom Hulce), Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Edição de Som.

O diretor tcheco Miloš Forman entrega ao público uma grandiosa obra a altura do que foi o compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart.

Amadeus é uma verdadeira aula de como se fazer cinema com uma perfeição de encher os olhos. Com o roteiro escrito pelo inglês Peter Shaffer, o longa foi inteiramente rodado sob a natural luz do sol e com velas. Estes recursos dão um tom natural e realístico ao filme e deixa qualquer um maravilhado.

A fictícia morte do artista relatada neste belo trabalho — que vai muito além de sua estética — é um pouco angustiante de se ver, porque os historiadores não sabem ao certo a causa de seu falecimento que até hoje é um mistério.

Um espetáculo belo, inesquecível e obrigatório.

A Lista de Schindler (1993)

Sinopse: Na Polônia ocupada pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, Oskar Schindler gradualmente se preocupa com sua força de trabalho judaica depois de testemunhar sua perseguição pelos alemães nazistas.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Steven Spielberg), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte.

Outras Indicações: Melhor Ator (Liam Neeson), Melhor Ator Coadjuvante (Ralph Fiennes), Melhor Som, Melhor Maquiagem e Melhor Figurino.

Adaptado do romance de Thomas Gespato e baseado na história real do polonês Oskar Schindler, a obra foi um projeto que ficou engavetado até escalarem um diretor da religião judaica. Para dirigir um filme com um tema tão delicado, os produtores decidiram chamar Spielberg.

Competente como é, o cineasta conseguiu realizar uma obra destemida e audaciosa com uma belíssima fotografia em preto e branco de Janusz Kaminski, que anos depois voltaria a trabalhar com o diretor em Jurassic Park (1993), O Resgate do Soldado Ryan (1998) e Cavalo de Guerra (2011). Branko Lustig (que recebeu seu segundo Oscar por Gladiador), um dos produtores, foi sobrevivente de um campo de concentração e ficou preso por dois anos quando criança em Auschwitz.

Esta talvez seja uma realização pessoal de Spielberg, que conseguiu fazer depois da arriscar num gênero que não fosse aventura (também arriscou com A Cor Púrpura). O motivo para tal é que ele é conhecedor do assunto e conseguiu extrair do elenco atuações que transmitem ao público a emoção que ele passa ainda hoje.

Forrest Gump — O Contador de Histórias (1994)

Sinopse: As presidências de Kennedy e Johnson, Vietnã, Watergate e outras histórias se desenrolam através da perspectiva de um homem do Alabama com um jovem de QI abaixo da média.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Robert Zemeckis), Melhor Ator (Tom Hanks), Melhor Roteiro Adaptado, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Montagem.

Outras indicações: Melhor Ator Coadjuvante (Gary Sinise), Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Sonoros, Melhor Trilha Sonora, Melhor Maquiagem, Melhor Direção de Arte e Melhor Som.

Na época em que foi lançado, Forrest Gump foi um fenômeno de bilheteria. A história de um homem especial que conta sua história, emociona e pega o espectador de surpresa a cada vez que conta uma parte de sua vida.

Os EUA, lógico, foi onde fez mais sucesso por mostrar grandes fatos que marcaram à terra do tio Sam em quase 20 anos de história. O mais interessante é a aplicação técnica que conseguiu com êxito fazer com que Hanks contracenasse com celebridades mortas, com fatos que realmente ocorreram. A computação gráfica também é engenhosa em outras cenas como as pernas do ator Gary Sinise, logo após serem amputadas.

Tom ganhou dois Oscars dois anos consecutivos: em 1993 por Filadélfia e por Forrest. Hanna R.Hall, uma fofura interpreta a Jenny quando criança e Haley Joel Osment, que faz o Forrest Jr. também ganham um certo destaque. Sally Field, mãe de Forrest, também se destaca. Robin Wright se demonstra ótima como a namorada do herói anônimo que conquistou plateias do mundo todo e emociona até hoje.

Beleza Americana (1999)

Sinopse: Um pai de família suburbano sexualmente frustrado tem uma crise de meio ambiente depois de se tornar apaixonado pela melhor amiga de sua filha.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Sam Mendes), Melhor Ator (Kevin Spacey), Melhor Roteiro Original e Melhor Fotografia.

Outras Indicações: Melhor Atriz (Annette Bening), Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Montagem.

Na sua estreia como diretor de cinema, o britânico Sam Mendes – ex-diretor teatral – soube como explorar o roteiro de Alan Ball com ironia e cinismo sobre o estilo de vida americana (a beleza americana do título é, na verdade uma rosa muito consumida nos EUA que não tem espinho nem cheiro que no pôster é uma espécie de deboche).

O roteiro inteligente e intrépido, ao mesmo tempo que é também ousado ao ponto de cidadãos estadunidenses se identificarem com o filme que chegou a incomodar Bill Clinton, na época, presidente dos EUA. Clinton, como todos sabem, supostamente teve um caso com sua secretária e o american way of life, aceita por ele, foi propositalmente tripudiada, principalmente por causa do assédio do personagem de Kevin Spacey com a personagem de Mena Suvari.

Quem nunca assistiu, tem a impressão de ser um drama ruim e cansativo de se ver. O espectador ri e é pego de surpresa em diversas situações como a do protagonista no chuveiro ou durante uma fantasia com a amiga de sua filha em uma banheira.

O fato do narrador revelar logo de cara que irá morrer, faz com que comece ali uma espécie de suspense, que prende e encanta e vai revelando segredos, chegando até a morte do protagonista. É uma das poucas obras impactantes excelentes que ironizam o modo de vida de seu país e que prende e com um resultado lisonjeiro.

Chicago (2002)

Sinopse: As assassinas Velma Kelly e Roxie Hart se encontram no corredor da morte juntas e lutam pela fama na Chicago década de 1920.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones), Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Edição e Melhor Mixagem de Som.

Outras indicações: Melhor Diretor (Rob Marshall), Melhor Atriz (Renée Zellweger), Melhor Ator Coadjuvante (John C. Reilly), Melhor Atriz Coadjuvante (Queen Latifah), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia e Melhor Canção Original (I Move On).

Os votantes da Academia apreciam musicais, e quando se trata de algum que tem uma trama que prenda o público, geralmente são laureados em alguma categoria principal ou até mesmo acaba prestigiado com tão cobiçado Oscar de Melhor Filme. Foi assim com os ótimos Sinfonia em Paris (1951), A Noviça Rebelde, Oliver! (1968), Gigi (1958), Amor, Sublime Amor (1961) e o ótimo Chicago.

O diretor estreante Rob Marshall explora uma Chicago sedenta por notícias onde o jazz predomina e assassinas ao estilo femme fatale ganham os holofotes. Baseado no livro de Bob Fosse e Fred Ebb, Chicago é o tipo de filme que já nasce clássico.

Menina de Ouro (2004)

Sinopse: Uma garota  determinada trabalha com um treinador de boxe durão para se tornar uma pugilista.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Clint Eastwood), Melhor Atriz (Hilary Swank) e Melhor Ator Coadjuvante (Morgan Freeman).

Outras indicações: Melhor Ator (Clint Eastwood), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição.

Depois de Rocky – Um Lutador (1976), os membros da Academia pensavam que seria impossível premiar como Melhor Filme algum outro com uma temática esportiva. O veterano Clint Eastwood mostrou que é possível sim e não caiu apenas nas graças dos votantes do Oscar, mas também do público, dando para Swank a sua segunda estatueta dourada.

Onde os Fracos Não Têm Vez (2007)

Sinopse: A violência e o caos ocorrem depois que um caçador tropeça em um negócio de drogas errado e mais de dois milhões de dólares em dinheiro perto do Rio Grande.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor (Joel Coen e Ethan Coen), Melhor Ator Coadjuvante (Javier Bardem) e Melhor Roteiro Adaptado.

Outras indicações: Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Som e Melhor Edição de Som.

Quando um longa dos irmãos Coen entram na disputa, é porque precisa de devida atenção. Foi o caso do eletrizante Onde os Fracos Não Têm Vez que entrou no páreo junto a filmes de peso como Sangue Negro (2007), Conduta de Risco (2007) e Desejo e Reparação (2007).

Além de vencer o principal prêmio da noite, fez de Anton Chigurh (personagem de Javier Bardem que foi laureado como Ator Coadjuvante) um dos mais terríveis e memoráveis vilões do cinema. Sim, Anton é um sujeito que dá medo a qualquer um e Javier parece não fazer esforço para passar veracidade e pavor ao público.

Argo (2012)

Sinopse: Um produtor de Hollywood explora uma localização para um filme de ficção científica, um agente da CIA lança uma operação perigosa para resgatar seis americanos em Teerã durante a crise de reféns dos EUA no Irã em 1979.

Vencedor nas Categorias: Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição

Outras indicações: Melhor Ator Coadjuvante (Alan Arkin), Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som.

Com ritmo frenético e eletrizante, Argo consegue prender do início ao fim. Mesmo sabendo como começa e termina, não decepciona e tem como objetivo mostrar como uma falsa equipe de produção cinematográfica conseguiu resgatar seis estadunidenses da Embaixada norte-americana em Teerã, sem deixar uma má impressão do povo islâmico.

O longa acompanha a trajetória desde o início quando estudantes islâmicos invadiram a Embaixada dos Estados Unidos até a fuga secreta dos consulares. O roteiro adaptado do livro Master of Disquise e a incrível jornada ficou escondida a sete chaves até o ano de 1997, liberada pelo presidente Bill Clinton. Dez anos depois, foi publicada em uma revista, a Wired.

Filme sensível, embora seja agitado (a edição ficou por conta de Willian Goldenberg que tem experiência no ramo e tem em seu currículo filmes como Miami Vice e Transformers: A Era da Extinção), e com bons desempenhos notáveis de Alan Arkin (vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por Pequena Miss Sunshine) e John Goodman.

Argo trata de uma obra que consegue ser tão interessante quanto o próprio fato ocorrido em si com uma excelente reconstituição da época.

Moonlight – Sob a Luz do Luar (2016)

Sinopse: Uma crônica da infância, adolescência e adultez crescente de um jovem, afro-americano, homossexual que cresce em um bairro difícil de Miami.

Vencedor nas categorias: Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Mahershala Ali) e Melhor Roteiro Adaptado.

Outras indicações: Melhor Diretor (Barry Jenkins), Melhor Atriz Coadjuvante (Naomie Haris), Melhor Fotografia, Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora.

Este é o segundo trabalho do diretor e roteirista Barry Jenkins (do elogiado e premiado Medicine For Melancholy) baseado na peça In Moonlight Black Boys Look Blue, de Tarell Alvin McCraney.

Moonlight é bem mais que uma trama realista e comovente. Jenkins nos mostra um corajoso relato sobre sexualidade, violência, descoberta e solidão, numa poética e ácida narrativa, com personagens humanos que, graças a seus interpretes, passam a veracidade que lhes é exigida. O espectador testemunha tudo isso em três atos divididos na infância, adolescência e fase adulta de Chiron, um jovem negro que cresceu em meio a pobreza, sofrendo constantes molestos de seus colegas.

E aí Super Leitor, gostou da lista? Seu filme favorito está entre os mencionados? Achou a lista injusta ou acha que algum não deveria estar na lista?

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