Moonage Daydream

Dirigido por Brett Morgen (Cobain: Montage of Heck), o documentário poético, “Moonage Daydream”, explora a vida do cantor David Bowie de uma forma totalmente diferente, que faz jus ao legado dele, um artista misterioso e tão inovador em tudo que criou.

A narrativa do documentário não é tradicional, ou seja, não tem entrevistas com pessoas que conviveram ou foram influenciadas para falar sobre a sua vida. A ideia do filme é David Bowie falar sobre ele mesmo, onde só existem trechos de entrevistas e imagens de acervo do próprio artista.

Além disso, a produção fez um ótimo trabalho ao criar elementos visuais com animações psicodélicas que são acompanhadas de remixes das faixas clássicas do cantor, que foram feitas por Tony Visconti, produtor e amigo de David Bowie.

O filme não tem uma narrativa linear, o ponto inicial do enredo é mostrar Bowie encarnado na persona Ziggy Stardust, nos anos 1970, que usava um cabelo vermelho, roupas andróginas e um poder insano de se conectar com o público. E assim, o longa vai caminhando pelas diferentes décadas e personagens que moldaram sua arte e gerações de admiradores.

O roteiro de Morgen tem como objetivo explorar essas mudanças de Bowie durante a vida. A linha narrativa do filme é contar a história de um homem que frequentemente mudava como pensava, se vestia e agia, sendo um retrato sobre o amadurecimento. Além disso, a adoração do público por David Bowie é um ponto chave do roteiro, pois transmite como ele é quase uma figura mística, que influencia pessoas até os dias de hoje.

Algo interessante que o documentário traz, que é bem diferente de outras produções sobre o cantor, é destacar muito a relação dele com a arte. Para quem não sabe, David Bowie foi um grande artista plástico, ele frequentemente pintava quadros e fazia esculturas, que era uma forma de se expressar e relaxar.

“Moonage Daydream” é um filme feito para os fãs do artista, que conhecem sua história e reconhecem as imagens dos filmes, projetos e videoclipes do cantor, onde muitos vão assistir, e finalmente, ver o seu ídolo por inteiro. Pois até então, não existia uma cinebiografia que fazia jus à vida dele. É uma produção que transporta o espectador para dentro da mente genial, inquieta, insana e humana de David Bowie.