A MALDIÇÃO: DESPERTAR DOS MORTOS | VENHA PELO TERROR, FIQUE PELA AÇÃO

Im Jin Hee (Uhm Ji-won) é uma jornalista que recebe uma estranha chamada enquanto ao vivo num programa de tv: uma voz anônima lhe informa que um assassinato vai acontecer, mas não é só isso, a voz também diz ser o responsável pelo crime e que quer ser entrevistado por Im Jin Hee, ao vivo, com direito à câmera e tudo mais. A jornalista não acha que é uma boa ideia, mas cede à pressão e aceita conduzir a entrevista. Contrariando as expectativas, o anônimo realmente aparece e ainda avisa que haverá mais três assassinatos, todos cometidos por mortos. A polícia que estava a postos, pronta pra prender o homem, vê que seus esforços não serão suficientes para detê-lo, já que o homem informa que ele mesmo também está morto e se desintegra na frente de todos.

Esse é só o primeiro de muitos assassinatos cometidos por essa espécie de zombies que ainda farão muitas outras vítimas durante o restante do filme. “A Maldição: Despertar dos Mortos” é um filme de terror/ação sul-coreano, um spin-off de “The Cursed”, a série de drama coreana da Netflix que fez sucesso no ano passado. Se você, assim como eu, não assistiu a série e se pergunta se esse filme ainda é para você, a resposta é sim. Ou mais ou menos. É possível entender a história do filme, mas é bem perceptível que você entenderia muito mais se tivesse acompanhado a história original, isso porque o longa não faz muito esforço para apresentar os personagens, inclusive há uma cena em que uma nova e relevante personagem aparece na metade do filme tão repentinamente que chega a confundir, mas não necessariamente atrapalha a experiência como um todo.

Os mortos-vivos, ou jaechaui, juntamente com a questão da maldição são responsáveis pela parte sobrenatural e do terror do filme, esse último um gênero já tradicional da cultura sul-coreana e reproduzido aqui com sucesso, mesmo com um CGI de qualidade questionável vez ou outra, os zombies com mais habilidades (e velocidade) do que estamos acostumados a ver em outras produções, são bons de susto e criam situações com um certo mistério. No entanto, o gênero que mais se destaca aqui é o de ação. Cenas eletrizantes de ação, até mesmo de perseguição, são, sem dúvidas, o ponto alto do filme. Mesmo quando o roteiro falha – e isso acontece mais vezes do que deveria, principalmente quando a trama lida com vários temas de uma só vez – as cenas de ação garantem um bom entretenimento.

A direção de Kim Yong-wan, sobretudo nas cenas mais grandiosas, transparece a satisfação do diretor com seu trabalho e o orçamento que lhe foi disponibilizado. As atuações também são satisfatórias, trazendo de volta o elenco da série da Netflix e ajudam a aprofundar a trama para além de suas confusões. “A Maldição: Despertar dos Mortos” provavelmente funciona melhor para quem já conhece a série, mas ainda pode ser uma boa opção para quem está chegando agora, e qualquer que seja o caso, tem que ficar até o final, porque ainda tem uma cena pós-créditos com uma deixa importante para o futuro desse universo.

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