5.3/10

Amor(es) Verdadeiro(s)

Diretor

Andy Fickman

Gênero

Comédia , Drama , Romance

Elenco

Phillipa Soo, Simu Liu, Luke Bracey

Roteirista

Taylor Jenkins Reid e Alex J. Reid

Estúdio

Diamond Filmes

Duração

100 minutos

Data de lançamento

18 de maio de 2023

Uma mulher é inesperadamente forçada a escolher entre o marido que há muito julgava morto e o noivo que finalmente a trouxe de volta à vida.

Taylor Jenkins Reid lançou seu primeiro apenas dez anos atrás e outros 8 desde então, mas despontou tanto nos últimos anos que um deles, Daisy Jones & The Six, já virou uma série no Prime Video, Os Sete Maridos de Evelyn Hugo vai virar um filme pela Netflix e agora Amor(es) Verdadeiro(s) virou um filme para os cinemas, com o roteiro adaptado pela própria autora juntamente com seu marido Alex J. Reid. Para os fãs da autora que estão acostumados com histórias como a de Evelyn Hugo e Daisy Jones (as mais famosas), e eu me incluo nesse grupo, Amore(s) Verdadeiro(s) é completamente diferente, focado exclusivamente no romance e contando uma história muito mais “contida”, tanto em seu universo quanto em seus personagens.

Geralmente, levamos como um bom sinal quando o autor da obra original está envolvido com a produção da adaptação, mas escrever um livro é bem diferente de escrever um roteiro cinematográfico e grande parte desse filme é um exemplo do que pode dar errado. No centro da trama está Emma Blair (Phillipa Soo), que está na sua festa de noivado com Sam (Simu Liu), falando sobre como ele foi a pessoa que lhe trouxe de volta à vida após a morte de seu marido e então somos levados ao seu passado. Ela tem um melhor amigo que claramente nutre um interesse amoroso por ela, mas sua própria atenção está voltada para Jesse, o garoto mais bonito e popular que nem notava sua existência, até que os dois acabam se conectando depois de uma festa que dá errado e a próxima coisa que vemos é Blair e Jesse (Luke Bracey) já adultos, casados, vivendo a vida dos sonhos viajando o mundo, Blair como blogueira de viagem e Jesse como seu fotógrafo. Eram a definição de casal perfeito, até que Jesse viaja para o Alasca para um trabalho e logo em seguida Blair recebe uma ligação dizendo que o voo em que Jesse estava teve um acidente e o corpo dele estava desaparecido, posteriormente dado como morto.

Em luto, Blair volta para a cidade dos pais, onde eles têm uma livraria em que ela sempre se recusou a trabalhar, e recebe a força de sua irmã para sobreviver à dor e voltar a viver. Nesse meio tempo, enquanto se recupera, reencontra Sam, seu melhor amigo da adolescência, e eles logo se envolvem romanticamente. Durante a festa de noivado, mais de quatro anos depois do desaparecimento de Jesse, ela recebe uma ligação dele dizendo que está vivo e está voltando para casa e então Blair é deixada com um grande dilema para decidir como quer viver seu futuro: com seu marido ou seu noivo.

Triângulos amorosos são um artifício amplamente empregado em romances, mas para dar certo e colocar não só a personagem em posição de dúvida, mas o espectador também, é um pouco mais complicado. É necessário desenvolver uma relação de empatia entre nós e os envolvidos, se não, só o que parece é que a personagem na ponta desse triângulo só está sendo egoísta ao deixar os outros dois esperando. Isso é um pouco do que acontece em Amor(es) Verdadeiro(s). A situação em si é absolutamente injusta com todos os envolvidos e situação em que Blair é colocada pelas circunstâncias da vida não é fruto de erro humano, é só uma tragédia e isso, por si só, deveria ser o suficiente para nos colocar automaticamente do lado dela, mas os primeiros atos do filme falham em criar qualquer nível de conexão entre nós e eles, tudo parece apressado e superficial, desde os relacionamentos entre Blair e Sam e Blair e Jesse até as tragédias em si. O que poderia, e deveria, ser algo sensível e emocionante acaba se resumindo a uma montagem pouco expressiva de uma sucessão de acontecimentos.

Nenhum dos personagens coadjuvantes tem qualquer propósito além de servir à trama principal, mas o enfoque dado ao trio tenta compensar esse fato. Cada um dos três protagonistas têm seus próprios desafios e questões internas a serem trabalhadas, e é aí que o filme ganha sua força, já se aproximando do terceiro ato, principalmente por conta da profundidade atribuída a Sam e que consegue, verdadeiramente, emocionar e trazer a força que a história merecia desde o princípio.

 

Por Júlia Rezende

6.5

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