5.9/10

Megatubarão 2

Diretor

Ben Wheatley

Gênero

Ação

Elenco

Jason Statham, Jing Wu, Cliff Curtis

Roteirista

Jon Hoeber, Erich Hoeber e Dean Georgaris

Estúdio

Warner Bros. Pictures

Duração

116 minutos

Data de lançamento

03 de agosto de 2023

Segue um piloto de submersível e um grupo de cientistas em águas profundas para explorar uma trincheira desconhecida na Fossa das Marianas. No caminho, eles encontrarão o Megalodon, um gigante tubarão pré-histórico.

O primeiro filme em que Jason Statham enfrenta um “megatubarão” foi em 2018. O tubarão em questão é uma espécie pré-histórica chamada de Megalodon e a história foi baseada num livro. Comparações (inevitáveis) com “Tubarão” à parte, filme de Steven Spielberg que reina absoluto como o melhor filme de tubarão da história, em Megatubarão temos um suspense que coloca o megalodonte como ameaça direta primeiro a um grupo de cientistas e, mais tarde, a turistas numa praia comum. Ainda que tenha sido um tanto esquecível, seu sucesso na bilheteria garantiu uma sequência que chega agora aos cinemas, cinco anos depois do original, com o retorno de personagens-chave, incluindo, é claro, Jason Statham como o destemido Jonas Taylor.

Eu gostei moderadamente do primeiro filme, mas meu problema principal foi que, com um filme chamado Megatubarão, a única coisa que eu realmente esperava era que houvesse, de fato, um mega tubarão. Não que o megalodonte do filme seja um tubarão de tamanho regular, mas ele também não era o monstro que prometia ser e isso, aliado à falha na criação de um suspense eficaz, fez com que o filme não alcançasse qualquer patamar desejado. É um filme que se leva a sério demais para poder ser uma comédia ou um filme B, ao mesmo tempo que seu enredo não convence como um bom suspense.

Megatubarão 2 abre com uma cena à la Jurassic Park, milhões de anos atrás, com dinossauros menores e T-Rex disputando poder na terra só para serem estraçalhados por uma criatura marinha muito maior. Promissor. Já nos dias atuais, acompanhamos Jonas Taylor que continua rabugento e determinado, cuidando da pequena Meiying (Shuya Sophia Cai), que agora já não é tão pequena assim e quer se tornar cientista, e trabalhando com o tio da menina (Jing Wu) que tem um projeto relacionado ao estudo do oceano e cria um filhote de megalodonte em cativeiro, jurando que está conseguindo domesticar o animal – até aí tudo bem. A empresa, no entanto, continua sua exploração ao fundo do mar e descobre uma espécie de “portal” pelo qual os megalodontes que viviam nas mais obscuras profundezas do oceano podem acessar o nosso mar – aí vem o caos.

Os vários megalodontes e outras criaturas pré-históricas que vêm à tona são o problema principal, como esperado. Mas outras ameaças menos interessantes e menos necessárias se fazem presentes, sobretudo nas primeiras partes do filme, para abrir espaço para mais sequências de ação entre Jason Statham e, bom, outros humanos. É um enredo que se complica sem um bom argumento. Se bem feito, um filme sobre um monstro pode ser só um filme sobre um monstro e ainda ser bom. Até o último ato, Megatubarão 2 segue o exemplo do primeiro, seguindo uma narrativa mais séria, na tentativa de algo mais sombrio, mas depois, faz o que longas franquias acabam, eventualmente, fazendo: abandona todos suas inibições e também todas as leis da física e se entrega definitivamente ao ridículo, consciente de que está fazendo exatamente isso.

Às vezes partir para o absurdo é, realmente, a melhor opção para uma sequência de um filme com um tubarão como maior vilão e, talvez, o filme pudesse ter se salvado se tivesse adotado essa postura desde o começo, mas demorou tanto tempo para abraçar essa possibilidade que os outros quase 80 minutos de filme ainda se sobressaem e a mudança brusca não é capaz de salvar todo o resto e ainda deixa o filme num limbo estranho entre um filme sério e um discípulo de Sharknado (o Jason Statham soca um tubarão na cara, é esse o nível).

 

Por Júlia Rezende

6.5

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