Eco T1

A nova minissérie da Marvel, “Eco”, é um spin-off da série “Hawkeye” (2021), trazendo a anti-heroína Maya Lopez (Alaqua Cox), como ponto central. A convite da Disney, o CinemaUP já conferiu os dois primeiros episódios de ‘Eco’ e abaixo estão as primeiras impressões sobre a série.

“Eco” aborda a vida de Maya após os eventos apresentado na série “Hawkeye” na cidade de Nova York. Ela retorna à sua cidade natal em Oklahoma, onde ela deve aceitar seu passado, enquanto se reconecta com suas raízes nativas americanas, abraçando sua família e sua comunidade.

Com uma abordagem policial, a série oferece uma reformulação muito necessária à marca MCU, explorando temas culturais de povos nativos americanos e um tom mais sombrio e sangrento para a nova fase da MCU. A série estreia no dia 9 de janeiro, onde todos os episódios serão lançados simultaneamente no Disney+.

Alaqua Cox já havia sido apresentada ao público e deixado sua marca em “Hawkeye”, mas é em “Eco” que sua interpretação realmente brilha. Sua performance é excepcional, retratando com maestria uma personagem estóica e reservada, imersa não apenas em seu próprio afastamento de sua herança, mas também de sua própria família. O arco central de Maya em busca de sua identidade perdida na infância é conduzido com uma profundidade notável. A atriz apresenta momentos sutis e marcantes em que apresenta diferentes camadas da vida de Maya e suas dores. O diferencial notável é a representação de Maya como uma heroína que tangencia a linha tênue entre o heroísmo e o anti-heroísmo. Sua identidade como parte do povo Choctaw, sua surdez e o uso de uma prótese de perna não só a diferenciam, mas também elevam sua importância como um ponto focal enriquecedor para a série.

Além da protagonista, a minissérie marca o retorno do ator Vincent D’Onofrio como o vilão Wilson Fisk, mais conhecido como Rei do Crime, e também do ator Charlie Cox como Demolidor. Contudo, dentro da série, nenhum dos dois personagens é capaz de desviar a atenção de Maya Lopez, que é um ponto positivo para a produção.

O primeiro episódio serve essencialmente como um prólogo, reutiliza cenas e pontos da trama de “Hawkeye”, com a rápida participação de Demolidor. Por um lado, a escolha de mostrar esse resumo pode ser positiva, pois não exige que o espectador tenha assistido “Hawkeye” para ficar por dentro de tudo. No entanto, isso significa que pode ser um pouco repetitivo para quem assistiu e se lembra dos acontecimentos. Além disso, o primeiro episódio também mostra o passado de Maya, sua descendência indígena e a perda de sua mãe, que define as escolhas de seu futuro.

É interessante a escolha de apresentar a história do povo Choctaw e a conexão de Maya com seus ancestrais. A produção da série contou com a colaboração da Nação Choctaw, para garantir representações precisas do povo nativo. Mas mesmo dando essa visibilidade cultural, a série dá a entender que Maya carrega poderes sobrenaturais, como super força, que seria uma herança de seus ancestrais Chocta. Essa escolha soou um pouco forçado e um estranhamento de uma personagem que até então só era uma vigilante e muito habilidosa em lutas.

Já o segundo episódio foca no momento presente da história de Maya, com a personagem voltando para sua cidade natal em Oklahoma, e como está sua relação com sua família e amigos depois de ir embora da vida dessas pessoas por 20 anos. Além disso, marca uma sequência de ação eletrizante e que define o enredo da série, que é o embate entre Maya e o Rei do Crime.

Embora “Eco” esteja inserida na Fase 5 do MCU, sua narrativa não se torna um pilar fundamental da saga do multiverso. Em vez disso, a série se destaca como um drama de quadrinhos ousado, ressoando com os pontos fortes que caracterizaram séries anteriores como “Demolidor” e “Jessica Jones”.

Em resumo, “Eco” não só desafia as convenções narrativas da MCU, mas também se destaca como um marco na representação cultural de um povo nativo e por trazer uma trama mais séria para a Marvel. Se os outros episódios continuarem com a mesma força do começo da série, pode ser uma produção de valor positivo que a MCU precisava, principalmente após tantos lançamentos fracassados.