7,0/10

Fúria Primitiva

Diretor

Dev Patel

Gênero

Ação , Drama

Elenco

Dev Patel, Sharlto Copley, Adithi Kalkunte

Roteirista

Dev Patel, Paul Angunawela, John Collee

Estúdio

Diamond Filmes

Duração

120 minutos

Data de lançamento

23 de maio de 2024

Um jovem indiano inicia uma jornada de vingança contra os líderes corruptos que assassinaram a sua mãe e continuam a vitimar sistematicamente os mais pobres.

“Fúria Primitiva” (Monkey Man, título original), marca uma nova etapa na carreira do ator Dev Patel, que faz a sua estreia como diretor, produtor e roteirista, além de também protagonizar o filme.

O projeto, inicialmente assegurado pela Netflix por 30 milhões de dólares, mudou de mãos para a Universal, com a entrada Jordan Peele (Corra) como produtor executivo. A decisão da Netflix de abandonar o filme se deveu à sua natureza controversa, especialmente nas questões políticas e religiosas presentes no ambiente indiano, indo além da ação esperada, que segue como principal referência a franquia “John Wick”.

O longa apresenta seu protagonista sem nome, apenas conhecido como Kid (Dev Patel), um homem que ganha a vida como lutador e que é assombrado por um trauma de infância. A busca por vingança o leva a frequentar os círculos da elite indiana, onde planeja confrontar aqueles que arruinaram sua vida.

Dev Patel, além de provar seu talento como ator, mostra uma habilidade notável como diretor, trazendo uma ideia profunda e uma identidade ao filme. Ele propõe uma ruptura significativa no gênero ao evitar a fórmula padrão que foca muito na ação e pouco na história. Em vez disso, Patel foca em trazer um enredo nada superficial, onde aborda abertamente sobre política, religião e problemas sociais ao mostrar a realidade indiana com cenas de miséria, preconceito e corrupção no país.

A trama se desenrola em meio a elementos culturais indianos, com referências a figura de Hanuman, o Deus macaco do hinduísmo, que se manifestam na persona do homem-macaco adotada pelo protagonista. A máscara de lutador inicialmente é um simples disfarce, mas evolui para um símbolo profundo de transformação. Aliás, essa resistência também está presente em outros contextos do filme, que abordam povos marginalizados, se direcionando para a comunidade de pessoas trans. E também alfineta líderes espirituais, como os famosos Gurus indianos, que movimentam indústrias milionárias no país.

O filme se destaca pela sua montagem e fotografia, que trazem ritmo e uma estética visual impressionante. As sequências de lutas são intensas, mas intercaladas com pausas na ação que exploram e explicam as motivações dos personagens e o contexto em que se encontram. Embora a ação seja brutal e violenta, é a construção narrativa e a profundidade emocional que realmente definem o longa. Patel utiliza flashbacks para sustentar o trauma do protagonista, adicionando camadas de complexidade à sua vingança. O roteiro valoriza a construção da narrativa, revelando gradualmente as motivações do personagem.

“Fúria Primitiva” é uma narrativa de ação mais reflexiva, mas que também sabe ser dinâmico. Dev Patel surpreende como a mente por trás dos principais pilares para o desenvolvimento do projeto, que é bem sucedido no que se propõe.

8

Missão cumprida

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