Avassaladoras 2.0
Diretor
Mara Mourão
Gênero
Comédia
Elenco
Juliana Baroni, Murilo Bispo, Layla Brizola
Roteirista
Tony Goes, Mara Mourão
Estúdio
Walt Disney
Duração
90 minutos
Data de lançamento
13 de junho de 2024
“Avassaladoras 2.0” marca a estreia de Fefe Schneider como protagonista em um longa-metragem que se propõe a revisitar o universo da comédia romântica de sucesso “Avassaladoras”, lançado em 2002. Sob a direção de Mara Mourão e roteiro de Tony Goes, o filme tenta capturar o charme do original, mas acaba tropeçando em várias frentes.
A trama gira em torno de Bebel, interpretada por Schneider, uma jovem apaixonada pelo influenciador J-Crush (Murilo Bispo), com quem se comunica sob o pretexto de ser uma atriz famosa em Hollywood. A farsa é descoberta quando Bebel retorna ao Brasil para as férias e precisa lidar com a realidade. Ao longo do filme, ela conta com a ajuda de sua mãe (Juliana Baroni) e sua melhor amiga, Lu (Bibi Tatto), para reconquistar seu amor.
Um dos pontos altos do filme é a tentativa de criar uma conexão com a vida pessoal de Fefe Schneider, uma influenciadora digital de sucesso. No entanto, essa escolha também se torna uma das fraquezas do filme, pois a atuação de Schneider não consegue se distanciar de sua persona pública. A performance dela, assim como a de Bibi Tatto e Murilo Bispo, é superficial e não convence nas cenas mais dramáticas, dando a sensação de que os personagens não passam de extensões dos próprios atores.
A direção de Mara Mourão deixa a desejar. A falta de inovação e de um direcionamento claro impede que o elenco jovem, já inexperiente, entregue performances mais envolventes. Nem mesmo os atores mais experientes, como Juliana Baroni e Danielle Winits, conseguem brilhar, mostrando que a direção não conseguiu extrair o melhor de seu elenco.
O roteiro é outro ponto fraco, recheado de clichês e inconsistências que tornam a história rasa e confusa. Tentativas de abordar temas contemporâneos como influenciadores digitais e questões ambientais são mal executadas, resultando em um enredo desarticulado e sem profundidade.
Tecnicamente, o filme sofre com uma montagem desordenada e falhas de continuidade, o que prejudica a fluidez da narrativa. A produção também peca em efeitos visuais básicos, como a cena em que a personagem Alessandra (Jeanny Soares) tira selfies com um celular, mas a tela mostra apenas uma imagem estática, evidenciando a falta de cuidado com detalhes técnicos.
Comparado a outras produções juvenis brasileiras, como os filmes estrelados por Maísa e Larissa Manoela, “Avassaladoras 2.0” fica aquém. Esses filmes conseguem equilibrar apelo juvenil com qualidade técnica e narrativa, algo que falta na obra de Mourão.
Em resumo, “Avassaladoras 2.0” é uma produção que tenta reviver o sucesso de seu antecessor, mas falha em quase todos os aspectos. A falta de direção eficaz, roteiro mal estruturado e atuações pouco convincentes resultam em um filme que, apesar das boas intenções, não consegue deixar uma marca significativa. É uma obra que carece de alma e refinamento, elementos essenciais para cativar o público jovem contemporâneo.