7.6/10

KILL – O Massacre no Trem

Diretor

Nikhil Nagesh Bhat

Gênero

Ação

Elenco

Lakshya, Raghav Juyal, Tanya Maniktala

Roteirista

Nikhil Nagesh Bhat

Estúdio

Paris Filmes

Duração

105 minutos

Data de lançamento

05 de setembro de 2024

Uma gangue de ladrões liderados pelo implacável Fani começa a aterrorizar passageiros inocentes em um trem. Amrit os enfrenta em uma matança que desafia a morte para salvar todos ao seu redor.

John Wick numa novela das oito. Esse é o jeito mais fácil de tentar descrever KILL – O Massacre no Trem, mas também o menos justo. 

Bollywood é conhecida por suas produções melodramáticas, animadas, cheia de cores, música e emoções – numa visão mais ampla e generalista, ao menos, mas para KILL, só empresta o melodrama. O novo filme de Nikhil Nagesh Bhat prova para o público ocidental que o cinema da Índia é muito mais do que ainda imaginamos, com uma ação que poucos podem reproduzir ou ao menos chegar perto. É claro que a essência de Bollywood continua presente, o filme começa, inclusive, com o que parece ser apenas uma história de amor de novela das 9; Tulika Singh (Tanya Maniktala) e Amrit (Lakysha) se amam, mas o pai de Tulika já arranjou o casamento da filha com outro homem e não está disposto a voltar atrás com a sua decisão. A festa de noivado acontece e a família embarca num trem de Ranchi para New Delhi depois da celebração, como Amrit não se dá por vencido, ele e seu melhor amigo Vireshi (Abhishek Chauhan) também entram na trem, na esperança de que Amrit possa passar um tempo a mais com Tulika e, quem sabe, convencer o pai de que Amrit é sim um bom partido. 

A parte novelesca de Kill, no entanto, passa bem rápido e abruptamente, sem qualquer chance de retorno, quando o que deveria ser uma viagem tranquila de trem se transforma numa verdadeira carnificina. Acontece que um grupo (que na verdade é uma família) de ladrões está a bordo, acreditando que um assalto no trem será um jeito de ganhar dinheiro fácil, mas quando os bandidos ameaçam Tulika, despertam toda a ira contida no passado de Amrit, dando a início a um verdadeiro banho de sangue em um dos filmes mais violentos dos últimos tempos. Durante o restante do filme, outras subtramas aparecem com certa sutileza, para dar um pouco mais de profundidade aos personagens, tanto a Amrit quanto aos bandidos e justificar suas motivações, mas nada que se compare ao grande protagonista do filme: as cenas de ação.

Em filmes como John Wick e KILL, em que a ação é um personagem e a narrativa por si só, as lutas devem atingir um nível de “perfeição” que permita com que elas possam se tornar mais do que acessórios. É extremamente difícil criar um filme inteiramente pautado em lutas sem que ele se torne repetitivo – a grande maioria não consegue, mas, felizmente, KILL faz parte das exceções. Revólveres raramente aparecem, dando lugares a outras armas que exigem muito mais criatividade e trabalho corporal. Tão importante quanto a direção de Nikhil Nagesh Bhat é a direção de coreografia de Se-yeong Oh e Parvez Sheikh, que compõem lutas eletrizantes, dinâmicas e incessantes durante todo o filme, enquanto ainda fazem tudo parecer sempre novo. Para os verdadeiros fãs de ação, KILL – O Massacre no Trem entrega tudo que uma boa ação pode prometer e atinge todas as expectativas que cria. Pode não ser um filme forte em questões de roteiro e desenvolvimento, mas compensa com muita pancadaria, um herói que mais parece um super-herói (positivamente) e uma direção que consegue acompanhar cada movimento, fazendo com que o espectador se sinta no meio de tudo aquilo.

 

Por Júlia Rezende

8.5

Missão cumprida

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