Atualmente, remakes hollywoodianos são produzidos para levar um significado número de pessoas para o cinema, mas apenas isso! No mundo das refilmagens, em aspecto de interesse do público, os filmes regravados atendem a uma regra básica que diz respeito aos gêneros de um modo geral. Em outras palavras, pode se dizer que em regra, enquanto o gênero ação está para violência sem limites e a comédia está para apelações sexuais, o gênero terror está para os sustos impressionantes, o que de fato é o que diverte o telespectador, não importando o filme ser realmente bom ou não.
Infelizmente o público fã de filmes de terror está impossibilitado de se deliciar com roteiros inteligentes, até porque isso não tem mais tanta importância assim. Ao mesmo tempo, o referido público é obrigado a se contentar apenas com o respectivo tom de suspense e medo. Foi-se o tempo em que as pessoas se emocionavam com tramas quase ou simplesmente perfeitas. O tempo de filmes como ‘O Sexto Sentido’, ‘O Silêncio dos Inocentes’ e ‘O Iluminado’ ficara para trás, dando espaço para produções, diga-se de passagem, caras e compostas de tecnologia moderna capaz de prender a atenção de quem as assiste.
É realmente uma pena que diretores de cinema pensem que o público não é mais atraído pelo conteúdo realmente inteligente de um filme. É estarrecedor notar que esses mesmos diretores não tenham percebido que remakes dessa natureza, como a refilmagem de ‘Poltergeist’, acabaram por se tornar previsíveis demais aos olhos do público.
O filme ‘Poltergeist – O Fenômeno’, lançado no ano de 2015, tem características bem particulares, as quais fora atribuídas pelo diretor Gil Kenan, que dirigiu anteriormente a animação bem sucedida, ‘A Casa Monstro’. A ideia era tornar a produção bem diferente do filme original de 1982, a começar pelo anúncio do título, o qual aparece numa área verde de um matagal, o que lembrou um outro aspecto de um filme diferente, ‘Sinais’. Outra forma de tentar diferenciar a produção atual com a original são os cartazes em que mostra a personagem central da trama estar de frente para o armário de seu quarto, diferente do original que é ilustrada pela televisão, bem como a do palhaço de brinquedo, figura que ficou famosa devido ao sucesso do primeiro.
Pode se dizer que, assim como a maioria dos remakes de filmes de terror, o novo ‘Poltergeist’ acabou ficando ridicularizado, exatamente por tentarem transformá-lo em um filme tão bom quanto o clássico, diferenciando o enredo e incluindo efeitos tecnológicos um tanto falhos.
Sai Steven Spielberg e entra Sam Raimi na produção, sai Craig T. Nelson e entra Sam Rockwell como protagonista, muda-se nome e cor do cabelo da personagem central, a menina sugada para a outra dimensão, substitui-se cadeiras de mesa de jantar por gibis na famosa cena de empilhamento de objetos, troca-se a mãe pelo filho na figura de herói, tira-se toda aquela preparação e diálogo sobre positividade e crença, tiram-se as expressões de medo realmente convincentes e, o erro mais cruel, muda-se a figura da famosa vidente por um inescrupuloso e sem graça caça-fantasmas que possui um programa de tv sobre casas mal assombradas.
Sam Rockell, no papel do pai de família mais parece um irmão mais velho do que pai propriamente dito, pois não há a seriedade que seu personagem deveria ter.
Os efeitos visuais em torno dos espíritos bem como dos cadáveres enterrados deixaram muito a desejar, principalmente com a tecnologia 3D, uma vez que as cenas ficaram confusas, rápidas demais e escuras, sem a menor impressão positiva, a ponto de fazer o telespectador enxergar apenas vultos.
O resultado final acabou por, de fato, tornar o filme mediano com poucos sustos e sem nenhum ponto realmente impressionante que torne o filme superior ao primeiro.
Assistindo o remake, o telespectador pode ter a certeza de que o clássico sempre será clássico e autêntico em todos os fatores.
Pode se dizer que é um sério candidato ao prêmio Framboesa de Ouro de 2016.