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O Doutrinador, filme baseado na HQ homônima de Luciano Cunha, conta a origem do anti-herói que tem como vilões os políticos corruptos. O personagem também terá sua própria série em 2019 no canal Space, enquanto aqui, o longa é responsável por mostrar a origem do vigilante. A série, então, promete se aprofundar nos personagens secundários.

Após a morte de sua filha, vítima de bala perdida e da falta de recursos do hospital, Miguel (Kiko Pissolato), um agente de uma divisão de elite da polícia, decide se vingar dos envolvidos no esquema de corrupção, responsáveis pelo desvio de verba destinada a hospitais públicos.

A trama começa e se desenvolve como a grande maioria das histórias de vigilante já conhecidas. A diferença é que agora o vilão não é apenas um indivíduo ou um grupo de criminosos, e sim todo um sistema, e por ser uma produção nacional conta com detalhes com os quais nos relacionamos.

Aproveitando o tumulto causado por uma manifestação contra a soltura de um governador acusado de corrupção, Miguel que, por coincidência, estava correndo pela região, invade o palácio do governo usando uma máscara de gás que foi jogada para ele por algum manifestante. E assim ele passa de um pai de luto a um assassino violento.

Da mesma forma truculenta que ele adquire sua nova identidade ele recruta sua ajudante, Nina (Tainá Medina), uma hacker que estava presente na manifestação e tem provas de que Miguel é o Doutrinador, após ela ser encaminhada para interrogatório ele a ameaça para ajudá-lo na sua vingança.

A jovem idealista representa o outro lado da luta contra a corrupção. Ela constantemente questiona as atitudes de Miguel, alegando que seus assassinatos não são justificáveis, porém, apesar de suas ações serem condenadas, o personagem mantém o ar de herói.

O longa é repleto de circunstâncias forçadas e com um roteiro cheio de buracos, fazendo com que o protagonista se livre de situações improváveis. As atuações – com poucas exceções – estão longe de serem satisfatórias. O texto traz xingamentos no meio dos diálogos como se isso aumentasse a desenvoltura dos seus personagens, mas só evidencia a falta de naturalidade dos seus protagonistas.

Em algumas cenas são utilizados recursos que fazem com que fique difícil não o comparar com Tropa de Elite (2007). Na sequência final, por exemplo, é mostrado um prédio símbolo do legislativo brasileiro, enquanto um personagem discursa para a audiência.

O Doutrinador tem como ponto positivo algumas sequências de ação, acompanhadas pela trilha sonora que reforça a atmosfera de luta e não economiza na violência gráfica. Contudo, em grande parte, o filme mal se mantém entre o roteiro forçado e as atuações debilitadas.

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