Foi na maturidade de papéis shakespearianos que a produção de ‘Duro de Matar’ o escalou para o vilão Hans Gruber, o antagonista clássico de John McLane (Bruce Willis), o herói cínico policial nova-iorquino da franquia de sucesso.
Seguiu-se assim uma galeria de sinistros e inesquecíveis personagens como o Xerife de Nottingham (Robin Hood – O Príncipe dos Ladrões). Rasputin (1996) o monge russo de traços trágicos em produção para a TV. E o mais recente e laureado pela garotada, Severo Snape, o amargurado professor da escola de feiticeiros de Harry Potter.
Não foi somente este o ícone que o popularizou no universo infanto-juvenil e “nerd”. Quem não lembra da voz dada ao depressivo robô Marvin da adaptação de ‘O Guia do Mochileiro das Galáxias’? Ainda temos o anjo Metatron, na sátira bíblica de Kevin Smith ‘Dogma’ que ironizou os preceitos mais fundamentais cristãos com um hilário décimo terceiro apóstolo (Chris Rock), expulso da irmandade por ser negro.
Mantendo a sólida formação teatral no cinema, o ator protagonizou a adaptação de Ang Lee para Jane Austin ‘Razão e Sensibilidade’ e o terno e protetor pai da perseguida vítima do psicopata de ‘Perfume – A História de um Assassino’. Nos palcos passou de Marco Antônio em Shakespeare, com Helen Mirren como Cleópatra e Vicomte de Valmont, o sedutor cruel de ‘Ligações Perigosas’.
Com riqueza de papéis, discrição na vida pessoal e versatilidade na carreira, Rickman, assim como o cantor inglês David Bowie, nos deixou nesta semana após um câncer, até o momento desta reportagem, não declarado de seu tipo.
Ficaremos com saudade deste malvado favorito que passou como cavalheiro pelos palcos da vida como diria o bardo. Adeus Snape!