Há 13 anos chegava nos cinemas o que seria uma revolução visual, com a invenção da tecnologia 3D como conhecemos hoje, e a maior bilheteria da história do cinema (desconsiderando a inflação), com quase 3 bilhões de dólares arrecadados. O sucesso de “Avatar” não foi pouco e muito menos à toa, James Cameron tinha uma visão muito clara de como ele queria dar vida à sua criação e com um orçamento de 237 milhões, introduz ao mundo a terra de Pandora e seu povo. O enredo não era exatamente original, mas o modo como ele foi contado, sim. Os visuais, os personagens carismáticos, a importância da natureza e do respeito mútuo, tudo isso em conjunto com a excelência das questões técnicas, desde a direção, fotografia, trilha sonora e efeitos visuais, fez com que Avatar se tornasse o que se tornou, com reconhecimento e fãs suficientes para manter viva a expectativa para sua sequência mesmo 13 anos depois do lançamento.
Para a tão aguardada sequência “Avatar: O Caminho da Água”, James Cameron segue a máxima de que não se mexe em time que está ganhando. O segundo filme opera sob a mesma fórmula do primeiro, inclusive revemos personagens que não estávamos esperando, conhecemos, dentro de Pandora, um cenário completamente novo e igualmente impressionante e até mesmo um povo “novo”, eles também são Na’vi, mas são da água e apesar da essência ser a mesma, têm costumes diferentes. Até a ameaça permanece a mesma e Jake é obrigado, novamente, a colocar em prática seus conhecimentos militares para salvar sua casa, mas agora ele não luta apenas para preservar seu povo e a natureza, ele tem uma nova prioridade: sua família, que cresceu consideravelmente desde a última vez que o vimos.
Jake (Sam Worthington) e Neytiri (Zoe Saldana) continuam juntos e se amando depois de todos esses anos e o amor entre eles resultou em 4 filhos, uma delas adotada, filha da Dra. Grace, cuja concepção é um mistério. A vida em família e a liderança dos Na’vi têm alguns bons anos de paz e harmonia, até que a ganância dos humanos mais uma vez aparece para perturbar não só a vida de Jake, mas de toda sua comunidade. Sabendo que o ataque se trata não somente, mas também de uma vingança pessoal contra ele, Jake e Neytiri, relutantemente, decidem deixar o povo da floresta à procura do povo do oceano na esperança de não serem mais encontrados pelos vilões.
A introdução desse novo lado de Pandora mostra a maestria de James Cameron e a solidez de seu trabalho em relação à Avatar, sendo capaz de impressionar como impressionou quando conhecemos Pandora pela primeira vez, expandindo o universo por ele criado, diversificando sua cultura e ressaltando suas peculiaridades. Os novos personagens, encabeçados pelo casal Tonowari (Cliff Curtis) e Ronal (Kate Winslet) são cativantes, não no mesmo nível dos originais, mas trazem um ar agradável de novidade e têm uma dinâmica interessante em relação ao outro núcleo, avançando e nos envolvendo na narrativa.
É impossível falar de Avatar sem falar da tecnologia 3D que destacou o filme em 2009. Agora, em 2022, essa tecnologia ainda é fantástica e passa como uma novidade. Mesmo nessa última década de avanços tecnológicos relevantes, tanto no audiovisual quanto fora dele, nada chega perto do espetáculo que foi Avatar e do que é agora o Avatar: Caminho da Água, resultado de um trabalho primoroso e perfeccionista de James Cameron, alinhando tecnologia com narrativa para contar uma história com grandiosidade, mas também com muita emoção, tudo isso ainda com espaço para agradar os fãs da franquia.