A cultura é um tema que ainda é tratado com muita cautela por toda a humanidade, e no filme “Os Cowboys”, lançado neste anos, e com a direção de Thomas Bidegain, também é possível ver como a cultura do país vizinho pode não ser tão respeitada como deveria. No filme, o diretor utiliza uma história familiar como instrumento de sensibilização, iniciando uma longa e dolorosa jornada para exemplificar.
Para entender melhor, Bidegain conta em seu filme a história de Kelly, uma adolescente de 16 anos, que ao chegar a uma festa de cowboys, desaparece e foge com o namorado muçulmano Ahmed, sem deixar pistas para onde teria ido. Intrigado, Alain (François Damiens), o pai da menina, decide procurá-la junto de seu filho Kid. A procura leva-os ao mundo do subcrime e da cooptação de jovens europeus por extremistas islâmicos.
O diretor do filme é conhecido por ter escrito ótimos roteiros de obras como “O profeta” (2009), “Ferrugem e Osso” (2012) e “Dheepan: O refúgio” (2015), todos dirigidos por Jacques Audiard, e agora em seu filme de estreia mostra que fez um ótimo trabalho mesmo aparentando ter tido pouca renda para produzir o longa. “Os Cowboys” possui uma direção de arte fantástica e digna de ser exibida em festivais, tanto que sua primeira exibição foi no Festival de Cannes em 2016.
A narrativa do filme é interessante, pois o diretor teve a capacidade, mais uma vez, de inserir em seu filme o drama de pessoas vistas por uma ótica bem dinâmica. O longa é uma adaptação do filme “Rastros do Ódio”, de 1956, dirigido por John Ford, no qual o personagem principal tem a sobrinha raptada por índios comanches e passa anos procurando por ela.
Além disso, o filme trata da imigração muçulmana e como esse tema impacta a população europeia, mostrando, por meio de cenas rápidas, o preconceito vivido pelos moradores recém-chegados do Paquistão em uma cidade pequena. São cenas que causam apreensão e deixam o espectador curioso.