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Será que ao inventar o cinema em 1895, os irmãos Lumière imaginariam que algo que pudesse levar diversão e entreter poderia também ser algo a ser discutido, discriminado ou até mesmo banido por causa de suas cenas fortes? O cinema também tem seu jeito de causar impacto, de impressionar e de gerar discussões. Baseado nisso, o Super Cinema UP listou 12 filmes que causaram polêmica, foram proibidos, causaram ódio, repulsa e nunca saíram em home video.

Saiba quais são os filmes mais polêmicos (mas polêmicos mesmo) da história do cinema.

12°) O Nascimento de uma Nação (1915)

Direção: D.W. Griffith

Aí está um filme pra lá de complexo. Odiado por uns, admirado por outros, “O Nascimento de uma Nação’’ entrou para a história por mostrar com clareza o preconceito que não foi poupado. Muitos acreditam que se trata, na verdade de uma adoração ao Ku Klux Klan por causa do nascimento que remete também a uma nova nação como se fosse uma espécie de nação salvadora. A história é sobre a saga de duas famílias estadunidenses: os Stoneman, do norte, e os Cameron, do sul durante a Guerra Civil Americana, mas os conservadores não dão importância ao enredo. As cenas são no mínimo repugnantes para quem não o aprecia, pois, há dois tipos de negros: o bom e obediente e o mau que é contra a abolição.

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11°) Pink Flamingos (1972)

Direção: John Waters

Este é bizarro até dizer basta. Divine é uma drag queen escrota e gorda, filha de uma doente mental fissurada em ovos e tem um filho hippie que transa com seus bichos. Eles têm o título de pessoas mais sórdidas do mundo. Tentando tirar este título deles, um casal que faz coisas grotescas tais como sequestrar mulheres e aprisioná-las para que sejam estupradas por seu mordomo bem-dotado. Depois que os bebês nascem são entregues para serem adotados por casais lésbicas. O filme contém cenas deploráveis, como um homem com habilidades fora do normal em seu corpo exibe o ânus com movimentos de abre e fecha. A polícia tenta intervir a tal exibição, mas acaba sendo morta e literalmente comida por Divine. Entre outras cenas bizarras, há uma cena de sexo de um casal com uma galinha entre os dois. No meio do coito a galinha morre de verdade causando revolta nos ativistas defensores dos animais. Há quem diga que a galinha morta na cena serviu de alimento após as gravações.

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10°) Campo 731: Bactérias – A Maldade Humana (1988)

Direção: Mou TunFei

Da lista de filmes polêmicos citados, este é o único que se baseia em fatos verídicos. A invasão do Japão no território chinês ocorrida entre 1937 a 1945, levou os japoneses a fazerem as mais terríveis experiências com chineses e asiáticos. A unidade 731 era localizada em Pingfang na cidade de Harbin em Manchukuo, nordeste da China. Liderado por Shiro Ishi, um médico sem escrúpulos que fazia experimentos de resistências em seres humanos. Ele considerava pessoas que não falavam sua língua como cobaias e as chamavam de macacos ou troncos. Quem não era capaz de se comunicar com sua língua, era condenada as atrocidades supervisionadas por ele mesmo. Foram somadas mais de 3.000 pessoas mortas das quais não foram poupadas dentre elas mulheres, crianças, bebês, idosos ou até mesmo fetos. O motivo para tal atrocidade seria o desenvolvimento de armas biológicas para a guerra. O filme relata de fato a maldade humana de forma chocante e não poupa em suas cenas pesadas. Entre as atrocidades, só para citá-las, há uma em que a mulher tem as mãos colocadas em uma temperatura abaixo de zero e em seguida (com as mãos congeladas) tê-las descongeladas e arrancadas de forma impiedosa (foram usados membros de cadáver real), há também  o momento em que diversos prisioneiros amarrados próximo a um local onde bombas eram explodidas, inalação de gases venenosos, vivissecção (órgãos retirados com o ser ainda vivo), aprisionamento em câmaras de descompressão com o propósito de ver quanto tempo ser humano demora a defecar o próprio intestino, jovens japoneses recrutados para desprezar, humilhar e agredir os prisioneiros, entre outras cenas chocantes. Há uma cena insuportável de um gato sendo atirado vivo num recipiente cheio de ratos. Os ratos matam e devoram o bichano em questão de segundos. A sequência, apesar de pavorosa e insuportável, é bem feita e o gato depois da cena, conseguiu sair apenas com leves arranhões enquanto na cena em que o Japão está prestes a perder a guerra e precisa destruir as provas do campo, eles tocam fogo de verdade nos roedores. No filme, ainda foram usados cadáveres reais para algumas cenas. Visto hoje, não é tão impactante para os mais jovens que estão acostumados a ver sangue exageradamente espirrando. O filme teve duas continuações, mas não tiveram a mesma repercussão nem a mesma ousadia.

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9°) A Serbian Film  Terror Sem Limites (2011)

Direção: Srđan Spasojević

Um subtítulo brega para um filme tosco. Tosco, porém, considerado pesado, chegando a ser proibido no Brasil. Parece piada, mas não é. “Terror Sem Limites” não chega a ser um filme pesado. No entanto, seus temas que são: estupro de um bebê recém-nascido ainda com o cordão umbilical, participação de uma garota de dez anos em uma cena de felação, relação sexual entre pai e filho (desacordado), necrofilia e outras bizarrices foram consideradas repugnantes demais para que o filme fosse exibido. Os temas de fato não são agradáveis. Porém as cenas não chegam a chocar ou fazer o público se retirar de suas poltronas. No filme, um ex-ator pornô recebe uma proposta de um filme um tanto “artístico”, onde, na verdade se trata de um filme bizarro com cenas inesperadas em que o ator é pego de surpresa. Não foi proibido só aqui, mas em diversos países e festivais (principalmente em países conservadores).

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8°) Amor Estranho Amor (1982)

Direção:Walter Hugo Khouri

Um filme brazuca não podia estar de fora da lista, e escolhemos um que dá o que falar atualmente. “Amor Estranho Amor” infelizmente é visto por muitos como um filme hipócrita, simplesmente por ter no elenco a Xuxa Meneghel (nome artístico que adotou para sua carreira e quando se tornou apresentadora de programa infantil, usou apenas o Xuxa), eterna rainha dos baixinhos. O enredo do longa dirigido pelo já falecido Walter Hugo Khouri – que já chegou a dirigir um dos filmes clássicos da Turma da Mônica – é ignorado por um público que nunca se quer parou pra assisti-lo. “Amor Estranho Amor” tem uma forte crítica política numa época em que o Brasil era governado por militares, tendo uma história contada de forma coerente. O filme conta a história de Hugo, um homem de meia-idade que decide visitar o bordel onde morou com sua mãe (o lugar era sustentado pela classe política). O local traz recordações como o início de sua sexualidade com uma das garotas que trabalhavam lá. Xuxa, na época em que participou do filme além de atriz era modelo e já foi capa de revistas masculinas como Playboy. Anos mais tarde passou a apresentar programas para crianças, lançando discos e produtos que levavam seu nome. Pensando que “Amor Estranho Amor” talvez viesse a ”destruir” sua carreira como apresentadora e através de uma ação judicial ela conseguiu uma liminar para recolher cópias do filme nas locadoras. Antes que a justiça pudesse retirar todas as cópias, o filme já tinha cerca de quatro mil cópias vendidas, sem ser impedindo que fosse circulado. No filme há diversas cenas eróticas, nudez e pedofilia (maior parte delas envolvendo Xuxa), no entanto, tem um bom enredo e por isso merece ser conferido.

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7°) Monstros (1932)

Direção: Tod Browning

Se Tim Burton resolvesse fazer um remake deste filme, será que ele usaria efeitos visuais para “criar” pessoas deformadas? Difícil imaginar um remake, já que esta versão é bastante original e talvez um remake não tivesse o mesmo efeito. Embora seja um bom filme, foi recebido de forma hostil e teve uma nada modesta proibição para que não fosse parar nas telonas no Reino Unido (foi exibido trinta anos depois). A história se passa em um circo onde seres humanos deformados são as atrações. Um anão corteja uma bela trapezista, mas ela não dá a mínima para ele até descobrir que ele herdará uma fortuna. Ambiciosa, decide armar um plano junto com seu amante para casar com o anão e envenená-lo. Os amigos do anão são humilhados por ela, e descobrem a farsa. Nos estúdios de gravação, os atores do circo foram discriminados pela equipe de produção que se sentiam incomodados com a presença do elenco. Por este motivo, a direção do estúdio MGM Gold determinou que eles fizessem suas refeições do lado de fora do estúdio. Exceto os atores “normais” que aparecem no filme. Se você é do tipo que se impressiona fácil e pretende conferi-lo, certamente vai demorar a acreditar no que seus olhos verão.

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6°) Maladolescenza (1977)

Direção: Pier Giuseppe Murgia

Considerado um pornô infantil, “Maladolescenza” nunca chegou a home video por causa de sua ousadia com cenas de pré-adolescentes fazendo sexo, nudez dos três protagonistas (há uma cena em que uma das adolescentes aparece nua em uma posição popularmente conhecida como “de quatro” que nos leva a pensar “como os pais desses pré-adolescentes permitiram isso?”). São cenas pesadas com meninas que mal saíram da infância. O filme retrata um casal de adolescentes que vive em um local paradisíaco onde fazem suas descobertas sexuais e se apaixonam. A felicidade dos dois é ameaçada com a chegada de uma nova garota. Visto assim, parece uma historinha inocente. Mas não é viu? “Maladolescenza” chocou muito na época de seu lançamento e alguns países tiveram que exibi-lo com cortes e foi diminuído de 91 para 77 minutos.

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5°) Holocausto Canibal (1980)

Direção: Ruggero Deodato

Um filme que deu o que falar por causa de sua polêmica por ser proibido em alguns países. O motivo? Bom, são vários. Só para citar alguns: contém mortes reais de animais (na época ainda não tinha sido criada nenhuma sociedade protetora dos animais, pois foi rodado em 1979 e a sociedade protetora foi criada em 1980), empalhamento humano e outras cenas tão bem feitas que ainda nos impressiona e sejamos sinceros: os efeitos daquela época eram mais verossímeis e convincentes. Para quem assistiu “A Bruxa de Blair e se assustou saiba que ele é uma estória de Chapeuzinho Vermelho perto de “Holocausto Canibal”. No filme, quatro documentaristas vão filmar uma tribo indígena na Amazônia e somem misteriosamente. Dois meses depois, um antropólogo viaja para tentar resgatá-los. As cenas de morte dos atores foram as responsáveis por levarem diretor Ruggero Deodato a ir parar atrás das grades. No julgamento o diretor teve que convocar os atores para provar que estavam vivos. O diretor os fez assinar um contrato afirmando não aparecerem em nenhum programa de televisão ou em outra produção após um ano da estréia do filme.

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4°) Salo – 120 dias de Sodoma (1975)

Direção: Pier Paolo Pasolini

Inspirado no livro “120 Dias de Sodoma” de Marquês de Sade, “Salo” é considerado repulsivo. Talvez estejam exagerando, já que se trata de um filme que faz uma crítica a sociedade onde seres humanos são usados e abusados (literalmente). Ambientado em 1944, a cidade de Salo, comandada por nazistas, tem quatro fascistas que selecionam 16 jovens bonitos e saudáveis para suas fantasias e experimentos sexuais. Estes quatro senhores de poder são: um duque (representando o poder), um bispo (representando a Igreja), um juiz (representando o poder judiciário) e um presidente do banco central (representando poder econômico – esse interpretado pelo ator Aldo Valletti, que lembra muito o Jim Carrey fazendo caretas em um de seus filmes de comédia). Três ex-prostitutas são as responsáveis por contar histórias pervertidas. Cada uma delas fala de suas experiências sexuais em três partes que são chamadas de “Círculo”: o Círculo de Manias que é a tara e o sexo (onde uma ex-prostituta narra uma de suas relações amorosas e quem ficar excitado, leva o jovem que desejar para fazer sexo num quarto), o Círculo da Merda (onde outra ex-prostituta narra uma de suas relações amorosas envolvendo bolo fecal e decidem realizar uma fantasia do presidente: um banquete de fezes onde todos participam) e Círculo do Sangue (a terceira ex-prostituta narra histórias envolvendo sexo, morte e mutilação durante o coito e os jovens que se rebelam são torturados, mutilados e mortos). Na época foi um escândalo e proibido em alguns países. O diretor Pier Paolo Pasolini foi assassinado meses depois da estréia do filme. Muitos alegam que o motivo de sua morte se deve por ligações políticas. Na verdade, sua morte ainda é uma incógnita. Os últimos momentos de sua vida foram contadas em “Pasolini” estrelada por William Dafoe.

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3°) Réquiem Para um Sonho (2001)

Direção: Darren Aronofsky

Quando estreou nos cinemas nos EUA, “Réquiem” foi exibido sem a classificação indicativa para maior de 18 anos. Apesar de suas cenas impactantes, o filme teve uma boa repercussão e rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz para Ellen Burstyn (o que foi uma injustiça ter premiado a insossa da Julia Roberts por “Erin Brockovich  Uma Mulher de Talento’’). A história de uma mulher que sonha em aparecer em seu programa preferido recebe um telefonema para participar dele. Por uma imprudência de um médico, passa a ficar viciada em comprimidos que têm efeitos que a deixam dependente. Seu único filho Harry é viciado em drogas. Marion, sua nora também é viciada. Tyrone, melhor amigo de Harry também é viciado. Cada um vive seu drama, porém, estão ligados pela mesma dor. As cenas em que mostram o sofrimento dos personagens (incluem a cena de Jennifer Connelly dando um grito abafado de desespero em uma banheira) são deprimentes. O filme é pra lá de pesado e quem não tiver estômago ou quem for sensível demais, irá se chocar.

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2°) Irreversível (2002)

Direção: Gaspar Noé

Este com certeza é o tipo de filme que incomoda e faz a grande maioria pedir licença e se retirar quando estiver passando. Foi o que aconteceu no Festival de Cannes em 2002 quando foi exibido pela primeira vez. O público foi pego de surpresa na cena em que há uma agressão com um extintor de incêndio. Quando seguiu as cenas de Pierre entrando furioso numa boate gay à procura do estuprador de sua namorada, repórteres se levantaram de suas poltronas por não suportarem. A cena do estupro é uma cena insuportável (a duração e de mais ou menos dez minutos) e foram poucos os que conseguiram ficar até o final. É violento, chocante e capaz de mexer com a pressão ou com batimentos cardíacos por causa de sua brutalidade. A história contada de trás pra frente narra a sede de vingança de Pierre, que na saída de uma festa se depara com sua namorada inconsciente e decide fazer justiça. A trilha sonora também é perturbadora e tenebrosa chegando a incomodar com movimentos da câmera de baixo para cima, girando provocando um desconforto de uma forma como nunca se viu no cinema. Se você leitor, tiver curiosidade em ver este filme, recomendo que pense consigo mesmo “é apenas um filme” e não tenha nenhum tipo de repugnância. Outro conselho: não assista antes de dormir ou após assisti-lo, veja um desenho animado com um final feliz.

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1°) Love (2015)

Direção: Gaspar Noé

Para desbancar Gaspar Noé, só o próprio Noé. Assim como o agonizante “Irreversível”, gerou incomodo em sua exibição na sua estreia em Cannes, ”Love” – embora não contendo cenas violentas – causou desconforto na plateia por causa das cenas de sexo. “Love” vai direto ao ponto logo no início com masturbação dos atores (foi exibido em formato 3D) com direito a ejaculação. Numa fotografia quente em tons vermelho e amarelo, o filme divide-se entre em obra e pornografia com o intuito de chocar. De fato, ”Love” choca apenas pessoas conservadoras, como se elas não se relacionassem sexualmente com seus parceiros. Além de sua convincente história, ”Love” faz a gélida trilogia “Cinquenta Tons de Cinza” se parecer com um filme da Disney perto dele. O filme narra em flashback (e de trás para frente) o sumiço de Electra, que está sem dar notícias há dois meses. Seu namorado começa então a lembrar os momentos picantes que tiveram juntos. O filme mostra cenas de felação, penetração, sexo grupal dentre outras coisas que só são mostradas em filmes pornôs.

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E aí super internauta, já conferiu algum? Qual deles? Comente e até a próxima!

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