A doce menina, com voz de mulher, sem grandes ambições, que tinha medo da fama. Essa era Amy Jade Winehouse, a britânica que chocava o mundo com a mesma intensidade que o encantava.
Amy se foi em julho de 2011, e com ela, um “talento raro”, segundo o cantor de jazz norte-americano Tony Bennett, do qual Amy era grande fã.
O documentário ‘Amy’, dirigido pelo britânico Asif Kapadia, não emociona somente os fãs da cantora. Traz consigo imagens nunca antes vistas, gravações íntimas da vida de Winehouse e que nos faz compreender o desfecho de sua breve vida.
O documentário foi montado de uma maneira interessante, com entrevistas em áudio, contempladas com as diversas imagens feitas de Amy durante seus 27 anos, o que nos faz mergulhar de maneira profunda nos detalhes. Nos é apresentado seus pensamentos e sentimentos, através dos depoimentos dos pais de Amy, Mitchell Winehouse e Janis Winehouse, de amigos próximos da cantora e de profissionais que tiveram contato direto com Amy.
Mas uma das peças mais importantes no documentário, sem dúvida é o depoimento de Blake Fielder-Civil, que foi casado com a cantora de 2007 a 2009. O documentário deixa claro que o envolvimento com o britânico foi decisivo para a queda de Amy.
A trilha sonora, assinada pelo brasileiro Antônio Pinto, influencia nas emoções causadas no público, o que beneficia a produção, intensificando-a. A montagem foi bem feita, porém em alguns pontos há uma confusão com relação à cronologia dos fatos, causando momentos de dispersão em quem assiste. Porém, esse fator não tem o poder de diminuir a beleza da produção. ‘Amy’ é intrigante e consegue transmitir a personalidade da cantora, encantando e ao mesmo tempo, encantando o espectador.