Depois do sucesso de ‘Capitão América: Soldado Invernal’, dos diretores Joe e Anthony Russo, que acabaram por elevar os filmes da Marvel à outro nível, a expectativa ficou ainda maior em cima de ‘Capitão América: Guerra Civil’, pois os irmãos estariam novamente à frente da direção. Pois bem, o mais novo lançamento da Marvel nos cinemas conseguiu alcançar um nível ainda maior que todos os outros filmes do estúdio, os irmãos Russo mostraram mais uma vez que sabem dirigir e que a maestria com que lidaram em ‘Soldado Invernal’ não foi sorte, foi trabalho bem feito mesmo.
No novo filme da franquia, o grupo dos Vingadores acaba se dividindo. Após outro incidente envolvendo os heróis resultar em danos colaterais, aumenta a pressão política para instalar um sistema de responsabilização, comandado por uma agência do governo para supervisionar e dirigir a equipe. Steve Rogers, o Capitão América, quer que os Vingadores se mantenham livres para defender a humanidade sem a interferência do governo, já Tony Stark, o Homem de Ferro, decide apoiar a responsabilização e supervisão do governo.
Diferente do que a DC Comics acabou fazendo com ‘Batman Vs Superman: A Origem da Justiça‘, a Marvel veio preparando os espectador há anos para que ele possa ter uma experiência ainda melhor com esses filmes que envolvem uma história forte com vários personagens, que têm suas histórias individuais, além de tantas e tantas referências. O público que acompanha os filmes da Marvel sabem exatamente as histórias de todos os personagens apresentados em ‘Guerra Civil’, tudo é muito bem amarrado, nada é “jogado” para o espectador. Esse é o fator principal que faz os filmes do estúdio serem tão “encorpados”. É claro que temos vários filmes que falharam, como ‘Homem de Ferro 3’, ‘Vingadores: A Era de Ultron‘… Mas em geral, a Marvel anda sabendo bem o que faz, ainda mais quando se escolhe Joe e Anthony Russo para a direção de um filme tão esperado como ‘Guerra Civil’, um marco para os fãs dos quadrinhos.
As atuações quase não são novidade, temos Chadwick Boseman e Tom Holland ingressando o elenco, como Pantera Negra e Homem Aranha, respectivamente. Boseman faz um bom trabalho, mas nada de grandioso. O jovem Tom Holland é quem rouba a cena. A escolha de Holland para interpretar o herói foi muito bem adequada, e a apresentação dele dentro da trama de ‘Guerra Civil’ foi ainda mais. O Homem Aranha é um adolescente, que ainda precisa entender exatamente o que fazer com esses poderes que recebeu, e é exatamente isso que é visto no filme.
Levando em conta apenas a obra audiovisual, a briga entre Steve Rogers e Tony Stark, que dá sentido ao título do filme, é equilibrada. Os dois possuem seus motivos para apoiarem lados opostos, e isso é o que dá mais força à nova produção. Nos deparamos com Rogers preocupado com o rumo que o grupo dos Vingadores iria tomar se o governo passasse a comandar a equipe, e vemos Stark deixando o ego de lado para abaixar a cabeça e admitir que talvez o grupo precise de limites. Fora isso, fica claro que os grupos não querem brigar para valer, mas que essa é a maneira que encontram para defender o que acreditam. Por quê deixar isso claro é importante? Para que toda a história que os personagens viveram juntos não tenha sido em vão. Eles são heróis, mas também são seres sentimentais e que prezam a amizade e a coletividade, e é justamente por isso que Steve Rogers, o Capitão América, acaba entrando nesta guerra, por seu amigo Bucky, que toma atitudes erradas por não ter controle por sua própria mente.
‘Capitão América: Guerra Civil’ é mais um motivo pelo qual deve-se aplaudir de pé os irmãos Russo pelo cuidado com a obra e pela direção espetacular e é mais um motivo para aclamar a Marvel, que teve a paciência de organizar o campo durante anos, aprimorando suas obras e fazendo com que a maioria delas valha bastante a pena.
Assista ao vídeo de reação que o Pipoca De Pimenta fez em parceria com o Super Cinema: