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Três amigos viajam para o leste europeu para se dar bem com as belas mulheres da região, e se hospedam em um albergue à primeira vista maravilhoso. Duas amigas viajam para Paris e assim que chegam dividem um taxi com um simpático e atencioso morador local. Quem já assistiu aos dois filmes acima sabe muito bem que estou falando de “O Albergue” (2005) e “Busca Implacável” (2008), dois filmes onde turistas desavisados descobrem que sua sede por aventura, na verdade, pode virar um pesadelo terrível bem longe de casa.
E há vários outros exemplos, como “Amargo Pesadelo” (1972) ou “Quadrilha de Sádicos” (1977). Histórias sobre pessoas tentando fugir da monotonia ou dar uma chacoalhada nas suas vidas não são novidades no cinema, especialmente no gênero do terror, onde por meio de situações absolutamente aterrorizantes e com todas as probabilidades jogando contra, elas precisam sobreviver custe o que custar e, quem sabe, saírem pessoas melhores dessa experiência.
Lute para viver, mas pelos motivos certos
Para mim, esse é o ponto principal que “Medo Profundo”, suspense em cartaz nos cinemas brasileiros, tenta defender – e que mesmo entre erros e acertos consegue entreter e atingir sua proposta: você deve lutar para sobreviver, mas antes, tem que entender que precisa lutar pelos motivos certos. Na trama, duas irmãs estão de férias e viajam para o México. Lisa (Mandy Moore) quer esquecer o ex-namorado que acabou de dispensa-la. Kate (Claire Holt), a mais nova, sugere que as duas mergulhem em uma jaula no meio do oceano para ver e fotografar alguns tubarões, uma aventura imperdível e excitante.
Acredito que algumas pessoas podem pensar que a motivação das irmãs embarcarem nessa “ousadia” apenas para impressionarem um ex-namorado seja fraca ou implausível, mas acreditem, isso acontece mais do parece. Especialmente em tempos onde sua imagem “social” é mais importante do que a “real”, as pessoas estão sempre tentando parecer interessantes para impressionar umas às outras. E por mais que o filme não faça uma crítica clara a esse tema, com o desenrolar dos fatos (sobretudo quando Lisa se dá conta da situação em que se envolveu apenas por achar que não era uma pessoa aventureira o suficiente), praticamente essa é a mensagem que fica, viva por você mesma e não pensando em agradar aos outros.
Boa atmosfera e sólidos jumpscares
Dirigido por Johannes Roberts – encarregado de dirigir a sequência do bizarro “Os Estranhos”, de 2008 -, “Medo Profundo” está sendo vendido como um filme de terror, mas eu acredito que ele se encaixe mais como suspense/thriller. E enquanto filme de gênero, ele precisava de alguns elementos específicos para funcionar, os quais julgo que foram satisfatoriamente desenvolvidos, como a atmosfera e os jumpscares. A direção demonstra bom timing para construir os momentos de tensão, apostando na sensação de insegurança e impotência que colocam o espectador frequentemente pensando no que faria para escapar daquela situação, assim como as protagonistas.
Pode ser uma impressão particular minha, mas em alguns momentos senti que Roberts tentou explorar no seu filme o que Alfonso Cuarón fez em “Gravidade” (nas suas devidas proporções, é claro): envolver o espectador na sensação de isolamento em um ambiente inóspito – alguns planos até parecem “homenageá-lo”, como quando uma personagem pega o novo cilindro de oxigênio, referenciando a cena em que Sandra Bullock está ficando sem ar e consegue chegar à nova estação.
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Muita exposição e pouco tubarão
É claro que “Medo Profundo” também tem seus problemas. Desde o clássico “Tubarão” (1975), muitos filmes tentaram repetir o sucesso do predador dos oceanos, mas poucos entenderam os motivos do longa de Spielberg ter dado tão certo. As próprias sequências da franquia ou inúmeros outros filmes de baixo orçamento do subgênero que surgiram erravam principalmente em dois aspectos: mostravam muito o tubarão, e com a qualidade de efeitos visuais precárias acabavam tirando todo o impacto do medo que o animal proporciona – diferentemente de Spielberg que “escondeu” o animal o máximo que pôde.
E também não se preocupavam em construir personagens interessantes, com dilemas plausíveis, e nem uma atmosfera de suspense para envolver o espectador – caso de filmes como “Rio Sangrento” (2003), “Tubarões Assassinos” (2005), “Perigo Em Alto Mar” (2010), “Terror Na Água” (2011) e, é claro, os “Sharknados” da vida. “Medo Profundo”, por sua vez, parece ser ciente de todos esses problemas e tenta não cair neles – os efeitos visuais não comprometem e, como mencionei anteriormente, as personagens têm certa curva de aprendizado.
No entanto, alguns erros bobos atrapalham bastante o saldo final, como a alta dependência de exposição de diálogos e do roteiro e um plot twist que acaba soando como “trapaça” no final das contas. É incoerente que Kate entenda tanto sobre mergulho (sabe explicar termos técnicos e age como se estivesse tudo sob controle mesmo após o acidente) e tenha caído nessa “armadilha” de se aventurar com uma equipe de mergulhadores tão informais como acontece. E na “obrigação” que o filme julga de explicar para o público algumas situações, há excesso de comentários totalmente desnecessários por parte das garotas embaixo d’água, tornando a trama repetitiva e irritante – sem falar que, por mais que haja uma espécie de ‘rádio’ nas máscaras de mergulho, elas não conseguiriam se ouvir com os ouvidos na água…
Considerações finais
Confesso que tenho uma tolerância maior para determinados subgêneros e o filme de tubarão é um desses exemplos. Considerando tudo, achei “Medo Profundo” uma experiência divertida, capaz de construir bons momentos de tensão com sustos competentes a serem vistos e sentidos numa tela de cinema (só queria que os tubarões fossem mais “importantes”, aqui parece mais um filme de sobrevivência do que de tubarão propriamente dito).
Para mim, o filme desperdiça certa carga dramática na dinâmica entre as irmãs que poderia agregar muito mais peso ao filme e ao background das personagens, mas mesmo se contentando com a superfície (perdão pelo trocadalho), ainda há coisas positivas a serem consideradas – “Águas Rasas”, por exemplo, é um filme que eu também gosto, mas pesa um pouco a mão no sentimentalismo familiar e isso também me incomoda de certa forma. Por mais que passe longe de ser um filme memorável (e nem tinha essa pretensão, pois é um filme de orçamento baixíssimo que estava destinado a estrear direto na TV), proporciona um passatempo bastante aceitável.
E você, já assistiu ou está ansioso para ver? Concorda ou discorda da análise? Deixe seu comentário ou crítica (educadamente) e até a próxima!
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