[et_pb_section admin_label=”section”][et_pb_row admin_label=”row”][et_pb_column type=”4_4″][et_pb_image admin_label=”Imagem” src=”http://supercinemaup.com/wp-content/uploads/2018/06/Eu-Só-Posso-Imaginar-03.jpg” show_in_lightbox=”off” url_new_window=”off” use_overlay=”off” animation=”left” sticky=”off” align=”left” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid” /][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row admin_label=”row”][et_pb_column type=”4_4″][et_pb_text admin_label=”Texto” background_layout=”light” text_orientation=”justified” background_color=”rgba(230,230,230,0.6)” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]
‘La La Land – Cantando Estações’ (2016) já nos ensinou que os tolos são aqueles que sonham. Sendo assim, artistas são pessoas tolas, afinal, são sonhadores natos. Músicos, cineastas, pintores, já nascem incompreendidos – com suas exceções, obviamente. Bart Millard, vocalista do grupo de sucesso “MercyMe” integra esse grupo. Humilhado pelo pai pela arrogância de não aceitar a paixão do filho pela música, Bart descobriu uma maneira de conquistar a todos com sua história através de uma canção. Seu sonho virou realidade, mas, lamentavelmente, o cinema o retratou com desgosto.
Com uma carreira já bem ligada a religião, musicalidade e drama, os irmãos Erwin retornam com a temática que não mexiam desde 2016, com ‘Talento e Fé’ – diretamente lançado em DVD – e exploram todas suas características. Vencedores de prêmios musicais por direções de clipes cristãos, a dupla demonstra um caminho ousado em meio a uma indústria, certas vezes, conservadora com o assunto. Afinal, religião e fé são assuntos delicados quanto ao público, apesar de no Brasil funcionar bem – ‘Nada a Perder’ (2018) está aí para provar (sqn). A decepção mesmo não vem nem de tratar o assunto, mas sim a forma como tratou, mostrando um melodrama descomedido, forçando o espectador a se emocionar com uma história pobre em um discurso exagerado em que Deus é a solução de tudo.
(Para esclarecer, mesmo católico, tenho ideologias próprias sobre a religião em si, e pretendo não expô-las aqui para não ferir os sentimentos de ninguém). Seria bom enfatizar também que não rebaixo o sofrimento de Bart, mas sua trajetória não se diferencia de diversos outros artistas, que já viveram realidades parecidas, e até piores. Exemplos disso estão no próprio cinema. ‘8 Mile – Rua das Ilusões’ (2002), ‘Ray’ (2004), ‘Piaf – Um Hino ao Amor’ (2007), todos demonstram cantores talentosos, que em algum momento da vida, ou em toda ela, sofreram na mão daqueles que não acreditavam em seu talento. ‘8 Mile’, no caso, aproxima-se ainda mais do perfil, por no final, expressar uma música com uma letra justificável com a vivência do personagem. A diferença dos filmes em questão está, principalmente, na qualidade.
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O roteiro pífio de Jon Erwin e Brent McCorkle – que também trabalhou com os dois em ‘Talento e Fé’ – só diminui cada vez a história de Bart. Diálogos frios e vazios marcam a narrativa do longa, que se torna mais fajuta com as fracas atuações de um elenco nitidamente amador. Por mais que Dennis Quaid melhore um pouco todo o dramalhão, sua atuação ainda é insatisfatória em diversos momentos. Não só as atuações, mas o caminhar do filme também prejudica em sua qualidade. Mesmo com uma narrativa sobre música, o longa não apresenta ritmo, sendo medíocre na hora de trazer peso à história. Todo o sofrimento e a dor são apresentados só no texto. Nada é visual. Bart – interpretado pelo estreante J. Michael Finley – passa as quase duas horas de filme citando as humilhações e a violência, mas nada é definitivamente mostrado. Há apenas uma cena em que Quaid passa a sensação de autoritário violento em cima do filho, mas só. Aparentemente, os irmãos Erwin decidiram trazer leveza à história e conseguiram. Contudo, o peso e o choque são características fundamentais para a compreensão do personagem e todas suas atitudes, vide ‘Quem Quer Ser Um Milionário?’ (2008), que retrata as dificuldades da vida do personagem e como ele aprendeu com as mesmas. Mas aqui, escolheram o raso, que resulta em uma redenção pobre e infeliz.
Sem realmente fazer o espectador sentir apego a Bart pelo visual, a exploração vem na música. A trilha triste e caída forçam as lágrimas do público, além de movimentos de câmera clichês, misturados com uma fotografia fria para tentar crescer uma cena pequena. Por sua vez, a musicalidade do longa é a principal qualidade. Finley mostrou uma capacidade significativa não só na cantoria, mas também em carregar um roteiro fraco, com uma atuação honesta para o tipo de papel. Tirando ele e Quaid, o resto é… bem, resto.
Além de diálogos dignos de novelas brasileiras, o discurso final se torna algo totalmente exagerado e constrangedor, com uma mensagem na tentativa de ser inspiradora, mas com tantos erros e decepções, o espectador fica feliz por já saber que está próximo do fim. A mensagem em questão, não é discutível, só é discutível que os irmãos Erwin precisam ir mais à igreja. Quem sabe, assim, Deus ilumine os dois para, no futuro, realizarem um bom filme.
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