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Desde que o primeiro trailer oficial de Aquaman foi lançado, os amantes do herói e da Liga da Justiça estavam ansiosos para ver o filme solo do personagem. Aqui no Brasil, a espera termina hoje com sua estreia. Se futuramente a DC Comics quiser se superar de sua recente e ambiciosa empreiteira, terá que realizar algo do mesmo nível (conduzido por um diretor que seja calejado no gênero aventura e com um bom roteiro em mãos) ou quem sabe, acima dos padrões da qualidade que costuma produzir.

Seria exagero dizer que este é o melhor filme que a DC Comics lançou desde a Liga da Justiça (2017) – onde o Aquaman fez sua primeira aparição. Não há como não se deslumbrar com a sua rica e sedutora fotografia acompanhada dos excelentes efeitos visuais em CGI. Repleto de cenas de tirar o fôlego (quem o conferir na versão em 3D terá um experimento sublime) tem um roteiro que à primeira vista aparenta ser trivial apoiando-se em mirabolantes reviravoltas.

De fato, sua história é banal, porém, é necessário que nos mostre a origem do herói aquático, mesmo que seja pouco explorada.

Há exatos onze anos, o diretor James Wan chegou a ser chamado de a nova promessa de uma geração de jovens diretores quando deu início a uma das mais famosas sagas de terror/suspense do cinema: Jogos Mortais. Apesar de seu peculiar gosto por filmes dos gêneros, Wan mostrou que era capaz de dirigir um longa com cenas de ação eletrizantes e dirigiu o sétimo Velozes & Furiosos (2015). Em Aquaman, apesar de todo esforço do brutamonte bonitão Jason Moama – e ele se sair muito bem – Wan não sustentou o carisma, apenas a bravura do personagem título.

Surpreendentemente, o diretor faz a plateia mergulhar num oceano de ininterruptas aventuras do universo aquático nada fácil de ser dirigido. Embora não chegue a ser 100% perfeito, por causa de algumas falhas com cenas tolas e desnecessárias – a do bar é um exemplo – clichês e diálogos batidos, Aquaman não compromete a diversão. Mesmo do público mais exigente.

O filme nos leva até o ano de 1985 nos mostrando como Tom Curry, um solitário faroleiro encontra Atlanna, rainha do reino de Atlântida, desacordada entre rochas próximo ao farol. Óbvio que entre eles há  um romance e do fruto desse amor nasce o semiatlante Aquaman, que ganha o nome de Arhtur. Para manter o marido e o filho seguros, Atlanna se vê obrigada a regressar a seu reino. O garoto cresce aos cuidados do pai, sem qualquer notícia mãe.

Arthur, agora já adulto, trabalha salvando vidas e resgatando inocentes de emboscadas piratas. Em uma de suas aventuras heroicas, ele faz um inimigo que busca vingança pela morte do pai, tornando-se mais tarde o Arraia Negra. Mas este é uma fichinha perto do que lhe espera nas profundezas do oceano. Orm, seu meio-irmão é quem reina em Atlântida e se reúne com outros seres aquáticos para declarar guerra à espécie humana por toda poluição que eles causaram.

Arthur se recusa a ser rei e a enfrentar seu meio-irmão para assumir seu lugar, que é seu por direito. Ele é convencido por Mera, sua cunhada (e princesa de Atlântida), a impedir que esta guerra se inicie, tarefa esta que não será fácil.

Por trás desta mixórdia toda, há uma passageira mensagem reflexiva sobre como o homem trata a natureza – seu foco, lógico é o oceano. Esta breve passagem está em meio a todo o impaciente e agitado jeito de ligar uma coisa à outra nos mostrando que ter dois vilões em único filme foi um risco que o diretor se atreveu a correr.

O resultado foi uma confusa sucessão de cenas que ora corta para a monarquia aquática, ora corta para a busca de vingança do Arraia Negra e flashbacks de como Arthur foi treinado para ser o imbatível e intrépido Aquaman.

Se você se encaixa em algum perfil, seja fã do herói, de quadrinhos, de um bom blockbuster  ou simplesmente de filme de ação, talvez Aquaman supere suas expectativas. Apesar da trama confusa não conseguir melhorar o roteiro, ela se mantém envolvente e com cenas empolgantes (em especial a cena de perseguição em Sicília na Itália).

No entanto, elas estão ali para disfarçar as piadas de péssimo gosto, diálogos tanto piegas quanto estereotipados e algumas das poucas situações ridículas. O jeito é ficar na expectativa para que em 2019 Shazam! supere esta salada de frutos do mar que a DC nos fez degustar este ano.

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