O Jogo da Invocação

Dirigido por Erin Celeboglu e Ari Costa, o filme de terror, “O Jogo da Invocação”, estreia nesta quinta-feira, dia 28, trazendo um elenco que pode ser considerado um atrativo para o público mais jovem. A presença de Asa Butterfield, conhecido por seus papéis em filmes notáveis e pela série “Sex Education”, e Natalia Dyer, reconhecida por seu trabalho em “Stranger Things”, contribui para a divulgação do filme.

A trama gira em torno dos irmãos Marcus (Asa Butterfield), Billie (Natalia Dyer) e Jo (Benjamin Evan Ainsworth), que moram na cidade de Salem. Os adolescentes descobrem uma faca amaldiçoada que libera um demônio, que os força a jogar versões horríveis e mortais de jogos infantis.

Um dos pontos positivos do longa é a maneira como utiliza elementos técnicos para criar uma atmosfera sombria. A fotografia com cores frias aliada a movimentos de câmera e ângulos interessantes, brincam muito com o ambiente em que os personagens estão, principalmente, por tratar de uma história em que o terror acontece através de brincadeiras conhecidas pelo público. É interessante como usam ângulos e efeitos para trazer esses jogos infantis para a obscuridade.

Enquanto Asa Butterfield e Natalia Dyer lideram o elenco e entregam boas performances, é Laurel Marsden quem se destaca ao interpretar a melhor amiga da personagem de Dyer, chamada Sophie. Marsden consegue trazer um pouco mais essa empatia do público, algo que falta um pouco nos demais membros do elenco.

O enredo apresenta elementos conhecidos do terror sobrenatural, explorando a maldição decorrente da bruxaria e o legado sombrio de Salem, que é uma cidade americana famosa pelo julgamento e execuções em casos de bruxaria do passado. A história mostra como caça às bruxas era algo sem cabimento e que destruía vidas. E neste ponto, cria um paralelo com a destruição de famílias de eventos do passado e seus efeitos na vida dos personagens do presente.

No entanto, o filme enfrenta limitações em seu roteiro, não consegue se destacar pela originalidade na abordagem desses elementos, seguindo uma narrativa genérica do gênero. Ele poderia ter se aprofundado mais nos relacionamentos familiares e em subtramas, evitando alguns clichês comuns do terror, como a tomada de decisões questionáveis pelos personagens. A exploração dos jogos infantis transformados em algo demoníaco é interessante, porém, poderia ter sido mais profundada.

“O Jogo da Invocação” oferece momentos bons, mas no geral, não consegue se destacar como uma inovação no gênero de terror. Apesar de contar com um elenco talentoso e explorar conceitos interessantes, o filme peca ao não explorar plenamente suas possibilidades, resultando em um longa que não se diferencia o suficiente para se tornar uma referência de terror sobrenatural.