Mesmo com toda a tecnologia que existe atualmente, proporcionar ao espectador uma realidade profunda do que acontece na produção é uma tarefa bastante difícil, mas que o diretor Robert Zemeckis superou em ‘A Travessia’, longa baseado em fatos reais, que conta a história do equilibrista francês Philippe Petit, que tinha um sonho um tanto absurdo, de atravessar as torres do World Trade Center através de um cabo de aço esticado entre as duas.
Interpretado pelo ator Joseph Gordon-Levitt, Petit vai em busca de seu sonho e leva o espectador junto nessa jornada. O filme se utiliza de um humor suave e sotaques carregados. A caracterização de Gordon-Levitt é forçada, e obriga o espectador a engolir uma peruca e lentes superficiais. Alguns problemas de roteiro intrigam e desapontam o espectador, afinal, um artista de rua teria condições financeiras de embarbar em tal loucura? Talvez fosse o caso de isso ter sido mais bem explicado, o espectador merece esse tipo de cuidado. Porém esse fator não é forte o suficiente para negativar o filme ou diminuir sua realidade.
Assistir o filme em uma sala IMAX e com a tecnologia 3D é o passaporte para um mergulho interessante na experiência que Philippe Petit teve em 7 de Agosto de 1974, quando esticou, ilegalmente, um cabo de aço de mais de duzentos quilos entre as famosas torres gêmeas. Robert Zemeckis entendeu a obra e embarcou na ideia com proeza, transformando a produção em um mar de sensações.
O elenco, formado por Joseph Gordon-Levitt, Ben Kingsley, Charlotte Le Bon e Clément Sibony conseguem dar ritmo à história. Joseph Gordon-Levitt foi treinado pelo próprio Philippe Petit para interpretar o equilibrista nos cinemas. Um cuidado que faz a diferença para essa “realidade” cinematográfica.
‘A Travessia’ nos traz de volta a beleza das torres que fizeram o mundo entrar em luto naquele fatídico 11 de setembro. Torres essas que encantaram os olhos da população de Nova York, graças, também, à proeza de Philippe Petit.