O Brasil ficou chocado nesta última segunda-feira (20) pela morte da onça Juma após sua participação na cerimônia de revezamento da Tocha Olímpica, em Manaus. De acordo com o site G1, o animal foi morto no zoológico do Centro de Instrução de Guerra da Selva (Cigs) e ocorreu durante uma transição de jaula. Juma tinha 8 anos e era mascote do 1º Batalhão de Infantaria de Selva Aeromóvel (1º BIS).
Nos últimos meses, jornais foram tomados por notícias e matérias que tratavam de animais sendo sacrificados. Além de Juma, um casal de leões foi assassinado no Chile, um gorila foi morto nos Estados Unidos, um boto foi encontrado retalhado no Rio de Janeiro e um cão foi morto a tiros em Heliópolis, São Paulo. Todas as notícias citadas ocorreram nos últimos dois meses, e todas com um fim brutal ao animal, mas, e se os animais conseguissem se vingar?
O cinema já retratou diversas formas de vingança, seja com mafiosos, entre amigos, namorados, e com os animais não poderia ser diferente. A relação entre homem e fauna muitas vezes é apresentada com muito amor e amizade, mas essa situação pode ser transformada e com ela, muito sangue pode ser derramado.
Esquecido na Ilha da Caveira, o gorilão ‘King Kong’ (2005) é surpreendido pela tripulação do S.S. Venture e entra em conflito com os tripulantes após raptar a atriz Ann Darrow (Naomi Watts). Com o objetivo de fazer um filme e salvar a moça, a tripulação passa pelas maiores dificuldades, mas no final consegue recuperar Darrow, mas ela não é o suficiente. O gorilão é sedado e levado a Nova York para virar atração de espetáculo. Em busca da fama e do estrelato, o diretor Carl Denham (Jack Black) cancela as gravações do longa e tem a brilhante ideia de exibir o animal ao público. O resultado? A Nova York da década de 30 é destruída e marcada por uma luta de um gorila pela sua sobrevivência.
Outro exemplo de vingança é trazido pelo diretor Alfred Hitchcock no longa ‘Os Pássaros’ (1963). O filme que trata de um ataque inexplicável de pássaros de todas as espécies sobre um vilarejo litorâneo gerou o surgimento de inúmeras interpretações e explicações ao ataque dos pássaros, mas quem realmente pode explicar é o próprio Hitchcock. “Os pássaros estão cansados de serem mortos, depenados e comidos pelos homens. Então eles decidem se vingar. Um dia se agrupam e mergulham sobre as pessoas em um pequeno vilarejo”, disse o diretor. O longa atemporal provoca uma sensação de medo ao público e serve de críticas às atitudes humanas diante as aves. O final do filme é marcado por uma cena apocalíptica onde aparecem apenas pássaros e não é finalizado com um típico “The End”, deixando o mistério intacto.
A relação entre urso e humano muitas vezes não é muito positiva, Leonardo DiCaprio que o diga, mas em ‘O Bicho Vai Pegar’ (2006), Boog (dublado por Martin Lawrence) é dócil e mora em tranquilidade na cidade. Mas após confusões com o cervo Elliot (dublado por Ashton Kutcher), é levado para seu habitat natural. O problema? Temporada de caça. Com todo o conhecimento sobre humanos que Boog tem, sua estratégia foi se juntar com todos os animais da floresta e levar os caçadores de volta para suas casas, e da forma mais divertida (e violenta) possível. Você acha que os caçadores voltaram felizes? Nada disso. Após mordidas, tiro de nozes, espinhadas e chutes, os caçadores chegaram a perder seus carros em uma “pequena” explosão, voltando para casa apavorados. Depois dessa, a temporada de caça chegou ao fim.
‘Happy Feet’ (2006) pode ter uma história linda e divertida, com muita dança e música, mas vemos que sofrimento é a palavra correta para definir a trajetória do pinguim Mano (dublado por Elijah Wood) em busca dos ET’s, os causadores da falta de alimento na Antártica. O pinguim dançarino, não contente com a situação alimentícia dos animais, vai em busca dos principais causadores, e adivinha quem são os alienígenas? Obviamente é o ser humano. Mano descobre que todo resultado da pesca está indo para os zoológicos, mais que isso, se depara com o aprisionamento de outros pinguins e animais marinhos. Ao saber da verdade, Mano tenta conquistar os seres humanos e fazê-los olhar para a situação dos animais na Antártica, acabando com o mercado da pesca e devolvendo e lutando por uma vida mais digna para os animais, ao lado de sua família e com alimentos, sem interferência do homem. George Miller dirigiu a animação e forçou a crítica ao homem, infelizmente, a realidade continua diferente da ideologia do filme.
No ano de 1945, George Orwell lançou ‘A Revolução dos Bichos’, livro revolucionário, considerado um clássico da literatura. Não perdendo tempo, o cinema decidiu adaptar a história para as telonas em uma animação no ano de 1954 e em live action no ano de 1999. Como o próprio nome da obra já diz, os animais se voltaram contra os humanos exploradores e ambiciosos. Nos dois filmes, os animais da Granja do Solar se cansaram da rotina resumida a maus tratos e decidem se rebelar contra o dono da fazenda, o Sr. Jones. Ao expulsarem, os animais, de forma organizada, instauram novas regras na fazenda, criando uma sociedade democrática e livre do domínio dos humanos. Os porcos, mais inteligentes, tratam de impor seus planos e suas ideias, causando um reinado de terror. Apesar de ser uma obra do século passado, não podemos descartar que a ideia continua, ainda, muito atual, só falta pouco para a revolução dos bichos ganhar forma, e o bacon que você come, provavelmente, será de soja.
Sabemos o quanto os macacos são seres inteligentes, e acredite, muito mais do que a gente. Agora, já imaginou se conseguissem criar uma sociedade e aos poucos, irem dominando o planeta? Essa é a ideia tratada em ‘Planeta dos Macacos: A Origem’ (2011), onde o chimpanzé César é usado como cobaia para uma possível cura ao Alzheimer, mas o efeito do ALZ-112 é diferente nos símios, que se desenvolvem mais rápidos, ficando mais fortes e inteligentes. Liderados por César, os primatas se viram contra os humanos e dominam cada pedaço dos territórios mais próximos, causando um combate mortal contra os seres humanos sobreviventes na sequência de 2014: ‘Planeta dos Macacos: O Confronto’. No ano de 2017, o terceiro filme chegará aos cinemas, e mostrará a guerra. Adivinha quem vai sair ganhando nessa?