Amor Por Direito

Assim como o premiado documentário ‘Freeheld’, o diretor estreante Peter Sollett mostra a luta de Laurel Hester, uma experiente e eficiente detetive do Departamento do Condado de Nova Jersey pelos direitos de igualdade quando em seu leito de morte decide deixar os benefícios da pensão à sua companheira Stacie Andree. Existem diferenças entre o documentário e o filme, óbvio, por suas dimensões e o jeito como relatam os fatos da história. Mas os dois explanam o que realmente ocorreu: Laurel que serviu dignamente sua função por 23 anos, descobriu estar com um câncer no pulmão em estágio terminal, em uma fase boa de sua vida após conhecer Stacie e travou uma batalha judicial para conseguir que a justiça concedesse seu pedido.

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O roteirista Ron Nyswaner (já experiente se tratando de assuntos judiciais em “Filadélfia” de 1993), tem esta responsabilidade de espremer os momentos em que as duas se conhecem, até seu combate nas audiências, mal dando tempo para o espectador digerir tudo e enxugar as lágrimas. Mas, este detalhe, embora seja significante, não deixa de ser um melodrama bom e idôneo devido as interpretações de Julianne Moore (impossível negar que está extraordinária) e Ellen Page (que também não fica atrás). Ano passado, Moore venceu o Oscar por ‘Para Sempre Alice’, num papel que parece ter sido feito para ela. Em ‘Amor Por Direito’ ela também interpreta uma mulher forte que tem uma profissão que se exige esforço físico de um ”digno” macho alfa, mas se torna impotente devido a doença. A química entre Moore e Page é perfeita, sem esmorecer, nem perder a carisma. Mas, se a relação das atrizes funciona muito bem, Steve Carrell que deu um show em

Foxcathcer – Uma História Que Chocou o Mundo, aqui também interpreta um personagem real, mas de forma apática: Steve Goldstein, ativista dos direitos civis gays e judeu irritante que se oferece para ajudar Laurel.

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Enquanto a delgada direção do novato Sollet nas cenas das audiências não tão insólitas, ela cumpre com o que promete da metade da projeção em diante, mesmo sem o vigor do que se realmente se espera em um filme que narra um evento histórico de um progresso que viria abrir portas para o casamento entre pessoas do mesmo sexo na cidade de Nova Jersey. Sem muito arrodeio, ‘Amor Por Direito’ tem a grande virtude de não expor o preconceito, nem levantar bandeira em defesa a causas de forma controvertida a ponto do público enxerga-lo como um filme que tem a finalidade de propagar uma ideologia homossexual e muito menos adelgaçar as falhas do governo norte-americano na sua política relacionada a igualdade de direitos civis.

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‘Amor Por direito’ pode ser resumido como um longa que não impõe moralidade por causa da difícil situação em que suas protagonistas se encontram, nem da sexualidade que é narrada de forma leve e sutil – bem como seus diálogos. Apesar de ser um filme feito para emocionar, a maneira como é conduzido soa um tanto genérico e o espectador se dá conta de sua persuasão, quando o espectador se lembra que se trata de uma história verídica que pega carona no documentário com título brasileiro oportunista. Com isso, prova que é um filme repleto de clichês sem preocupações com temas sociológicos ou ideologias homossexuais.




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