Exibido no Festival de Berlin em fevereiro de 2014, “As Duas Faces de Janeiro” tem como protagonista Viggo Mortensen que aparentemente teria sido escolhido para viver o turista, vindo de referências como “Marcas da Violência” e “Senhores do Crime”. Os dois personagens, têm um pouco do turista MacFarland e parece que Mortensen mais uma vez está interpretando o mesmo sujeito vivendo situações diferentes, com segredos e com aquela certa facilidade de matar sem usar muita força.
O roteirista Hossein Amini que estreia na direção, escolheu adaptar o romance de Patricia Highsmith (que também assina o roteiro com Amini) e decidiu realizar um suspense não tão frenético, mas mostra sua competência e que possivelmente agradará o público. Embora o roteiro seja simples (fãs da obra afirmam que o roteiro segue fiel ao livro) e não tenha nenhuma novidade, “As Duas Faces de Janeiro” tem suas reviravoltas, perseguições e lógico: cenas de suspense pra fã nenhum do gênero botar defeito. Mas todos estes elementos num filme a lá Hitchcock pode passar uma ideia superficial do que realmente ele é: uma história onde segredos são revelados e a partir destes segredos, vidas correm perigo.
Poucos sabem, mas o iraniano Amini já foi indicado ao Oscar de roteiro adaptado por “Asas do Amor” em 1997. O filme teve mais três indicações (melhor atriz com Helena Bonham Carter, fotografia e figurino).
O que mais pode chamar a atenção, são as interpretações, e do trio, quem se destaca é o Oscar Isaac com seu charme e sua persuasão no ato de enganar, e quando decide jogar limpo para poder salvar sua pele, seu personagem simplório ganha o destaque que merece. Apesar das boas interpretações do trio (Mortensen, Isaac e Dunst), a história consegue se desenvolver sem dar ‘aqueles’ escorregões proporcionando surpresas a cada minuto.
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