Mesmo os mestres começam pequeno, mas ainda que comecem com passos mais módicos, não deixam de dar sinais, de deixar registros autorais que certamente se desenvolverão durante suas carreiras. O curta-metragem é um degrau natural na construção da carreira e do trabalho de qualquer diretor e não seria diferente com o responsável por obras como O Iluminado e 2001. Stanley Kubrick é considerado um dos maiores cineastas de todos os tempos, com poucos (vivos ou mortos) no seu nível de importância histórica na Sétima Arte. E “Day of The Fight” é o seu primeiro trabalho, um breve documentário expositivo.
Rodado em 1951, quando Kubrkick tinha apenas 22 anos, o documentário acompanha as horas que antecedem uma luta de boxe, na qual Walter Cartier é protagonista. É o dia de Cartier que acompanhamos na imagem e no complemento oferecido pela narração em off, natural do gênero expositivo. As horas que antecedem o combate remetem a temas como obsessão, ansiedade e o medo, transmitidos de forma concisa pelas palavras do narrador. Confira (em inglês):
O curta-metragem mostra um outro artifício (ou seria comportamento compulsivo?) que o diretor exploraria no decorrer das suas obra seguintes, o “doubling”, uma tendência a duplicar itens que aparecem no plano – Walter Cartier tem um irmão gêmeo. Um exemplo bem conhecido são as gêmeas de O Iluminado, bem como os dois elevadores de onde o sangue jorra.
Via No Film School.