Após 17 anos desde o ultimo filme, “Bad Boys Para Sempre” trás de volta a franquia de sucesso que teve inicio em 95. Agora sem Michael Bay na direção os detetives Mike Lowrey (Will Smith) e Marcus Burnett (Martin Lawrence) estão de volta às ruas de Miami.
O filme começa com a dupla de protagonistas sendo perseguida por diversos carros de policia enquanto Mike desempenha as manobras mais mirabolantes em seu Porsche. Tudo para chegar a tempo ao hospital para Marcus ver o nascimento de seu neto.
Essa comparação entre a ação que cerca a vida dos dois como detetives e a vontade, de Marcus, de se aposentar para poder passar o dia vendo novelas é como o filme tem início e se mantém durante toda a trama. Ao contrário de Marcus, Mike acredita que será um bad boy para sempre e insiste em manter seu estilo de vida até que começa a ser perseguido por um cartel mexicano e é obrigado a trabalhar com uma equipe de policiais de elite millennials liderada por seu ex caso amoroso Rita (Paola Nuñez) e formada por Kelly (Vanessa Hudgens), Dorn (Alexander Ludwig) e Rafe (Charles Melton).
A franquia que se iniciou e 1995, marcou a inicio da carreira do diretor Michael Bay no cinema e de seu estilo que basicamente consiste em explosões, comédia e uma pitada de misoginia. Desta vez, sem Bay, o qual faz uma participação especial no longa, a sequência, dirigida pela dupla Adil El Arbi e Bilall Fallah, mantém a estética porém com uma abordagem mais moderada, um clima mais leve, que deixa mais espaço ainda para pirotecnias esdrúxulas.
O roteiro se desenrola da maneira que qualquer um poderia imaginar, repleto de clichês, piadas antigas e expressões repetidas a exaustão, o longa chega ao terceiro ato com uma revelação não tão inesperada assim.
Porém mesmo sem sair de seu lugar comum ainda sobra espaço para momentos divertidos, principalmente quando o foco é a interação entre a dupla protagonista, que sem dúvida, mesmo em meio a sequências de ação muito bem executadas, ainda é o ponto forte do filme por seu carisma e desenvoltura.
O filme brinca com o envelhecimento dos protagonistas e em como eles soam ridículos em continuar chamando a si mesmos de bad boys e em muitos momentos acerta em não se levar a sério, porém a sensação de que não só eles estão velhos demais para isso, mas como a fórmula replicada muitas e muitas vezes está também um tanto quanto desgastada permanece. Mesmo que Mike repita muitas vezes no decorrer do longa que eles são bad boys para sempre, isso não faz com que se torne verdade.
“Bad Boys Para Sempre” abusa de clichês e inconsistências no roteiro, mas se garante naquilo pelo o que se tornou um sucesso em primeiro lugar, sequências de ação e sobretudo a conexão natural e divertida entre os dois protagonistas.