Uma obra-prima contemporânea do Cinema completou 10 anos recentemente.
“Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças”, do diretor/escritor francês Michael Gondry (vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original por este filme) é um drama/romance visionário, que na época de seu lançamento poderia ser considerado uma ficção, mas que atualmente pode ser encarado apenas como uma “questão de tempo” para acontecer. As virtudes do filme são muitas, a começar pela direção e roteiro excelentes e o grande elenco: Jim Carrey, Kate Winslet, Kirsten Dunst, Mark Ruffalo, Elijah Wood e Tom Wilkinson, todos com atuações muito sólidas. A fotografia de Ellen Kuras (“Profissão de Risco”, de 2001) dá o tom perfeito para os altos e baixos de um relacionamento, angustiante e incômoda nos momentos tristes e colorida e alegre nos momentos felizes.
Para entender a grandeza deste filme primeiramente vamos a um fato relevante: Cientistas que buscavam uma nova forma de tratamento para pacientes com estresse pós-traumático, descobriram que, se bloquearem uma proteína no cérebro enquanto você está lembrando de qualquer coisa, fará com que tal memória vá direto para a “lixeira”. Essa descoberta deve fazer parte de um futuro muito próximo, mas Charlie Kaufman (que dividiu o Oscar de Melhor Roteiro com Gondry) prova porque é um dos roteiristas mais imaginativos e criativos de sua época ao abordar essa possibilidade quase uma década atrás. Encarar o fim de um relacionamento não é nada fácil, muitas vezes a pessoa “abandonada” não consegue lidar com as emoções que isso proporciona e acaba aflorando o horror existencial que há em cada um, alimentando sentimentos como rejeição e auto piedade. Tentar apagar um amor com outro também não é muito recomendável, pois a constante busca em tentar esquecer alguém, paradoxalmente te faz lembrar daquela pessoa e de todos os bons momentos que viveram juntos. Esse é o dilema do protagonista Joel (provavelmente a melhor atuação da carreira de Jim Carey) e de Clementine (Kate Winslet, indicada ao Oscar de Melhor Atriz), esquecer tem o sabor da morfina, mesmo que a dor permaneça, nós não a sentimos. Mas é compreensível também o arrependimento do protagonista em tentar esquecê-la, a vida é curta e só temos uma. Sorrir, chorar, ter medos, poder sonhar, fazem parte da vida. Se apagarmos tais experiências, seria como se não existíssemos, como se fossemos apenas sombras projetadas contra uma parede, levando uma vida distorcida, mas que acreditamos ser real. Viver é passar por experiências físicas e psicológicas, onde acertando ou errando, não se deve ter medo de tentar.
“Brilho Eterno” é um filme muito sensível e querido para aqueles que já passaram por uma desilusão amorosa alguma vez ou mesmo para aquela pessoa que já se sentiu deprimida e solitária um dia sequer na vida. De forma sincera e de partir o coração, sugere que mesmo com os conflitos que surgem em um relacionamento, para atingirmos a plena felicidade precisamos uns dos outros. Para finalizar, um trecho de um poema de Alexander Pope, que inspirou o título deste filme, que ficará para sempre marcado na vida de muitos cinéfilos ao redor do mundo:
Para entender a grandeza deste filme primeiramente vamos a um fato relevante: Cientistas que buscavam uma nova forma de tratamento para pacientes com estresse pós-traumático, descobriram que, se bloquearem uma proteína no cérebro enquanto você está lembrando de qualquer coisa, fará com que tal memória vá direto para a “lixeira”. Essa descoberta deve fazer parte de um futuro muito próximo, mas Charlie Kaufman (que dividiu o Oscar de Melhor Roteiro com Gondry) prova porque é um dos roteiristas mais imaginativos e criativos de sua época ao abordar essa possibilidade quase uma década atrás. Encarar o fim de um relacionamento não é nada fácil, muitas vezes a pessoa “abandonada” não consegue lidar com as emoções que isso proporciona e acaba aflorando o horror existencial que há em cada um, alimentando sentimentos como rejeição e auto piedade. Tentar apagar um amor com outro também não é muito recomendável, pois a constante busca em tentar esquecer alguém, paradoxalmente te faz lembrar daquela pessoa e de todos os bons momentos que viveram juntos. Esse é o dilema do protagonista Joel (provavelmente a melhor atuação da carreira de Jim Carey) e de Clementine (Kate Winslet, indicada ao Oscar de Melhor Atriz), esquecer tem o sabor da morfina, mesmo que a dor permaneça, nós não a sentimos. Mas é compreensível também o arrependimento do protagonista em tentar esquecê-la, a vida é curta e só temos uma. Sorrir, chorar, ter medos, poder sonhar, fazem parte da vida. Se apagarmos tais experiências, seria como se não existíssemos, como se fossemos apenas sombras projetadas contra uma parede, levando uma vida distorcida, mas que acreditamos ser real. Viver é passar por experiências físicas e psicológicas, onde acertando ou errando, não se deve ter medo de tentar.
“Brilho Eterno” é um filme muito sensível e querido para aqueles que já passaram por uma desilusão amorosa alguma vez ou mesmo para aquela pessoa que já se sentiu deprimida e solitária um dia sequer na vida. De forma sincera e de partir o coração, sugere que mesmo com os conflitos que surgem em um relacionamento, para atingirmos a plena felicidade precisamos uns dos outros. Para finalizar, um trecho de um poema de Alexander Pope, que inspirou o título deste filme, que ficará para sempre marcado na vida de muitos cinéfilos ao redor do mundo:
“Eloisa to Abelard”
”Feliz é a inocente vestal!
Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Toda prece é ouvida, toda graça se alcança.”