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Café é a primeira colaboração no cinema entre Itália e China, e seu roteiro teve que passar pela censura chinesa antes de ser aprovado, o filme conta três histórias interligadas por um elemento, o café, e faz uma analogia com os três sabores presentes nessa bebida tão popular.
Na Bélgica, o comerciante Hamed (Hichem Yacoubi), toma seu café em um bule de prata considerado uma antiguidade valiosa, porém para Hamed é muito mais, é uma herança passada de geração em geração com grande valor sentimental. Também na Bélgica somos apresentados a Vincent (Arne De Tremerie) um jovem pressionado pelo seu pai a tomar um rumo na vida e precisando de dinheiro para dar a mãe de seu filho. As histórias dos dois se cruzam quando Vincent se aproveita de uma manifestação que toma conta do país para roubar a loja de Hamed.
Outra história apresentada, que se passa na Itália, é a de Renzo (Dario Aita), um barista apaixonado por café, que é demitido e então convence sua namorada Gaia (Miriam Dalmazio) e se mudar com ele para Trieste, uma cidade conhecida pela produção de café, com a esperança de que lá suas chances de emprego serão melhores.
A terceira história se passa na China e apresenta Fei (Fangsheng Lu), que tem um bom cargo em uma grande empresa comandada pelo pai de sua noiva, o qual ele faria de tudo para agradar. Após um acidente em uma das fabricas, Fei recebe a ordem de ir até a fábrica, localizada no vale de Yunnan, onde é produzido um dos mais caros cafés do mundo, que é também onde ele cresceu, porem decidiu deixar para trás para fugir da miséria.
O filme reveza as histórias focando em um personagem por vez, os quais, com exceção de Vincent e Hamed, não interagem diretamente entre si, porem as histórias são conectadas através de um elemento comum e além do café, todas retratam o relacionamento entre pai e filho e a dificuldade e desespero causados pela falta de dinheiro.
O filme trata de dificuldades presentes na sociedade atual em todo mundo, como a necessidade de se reconectar com a natureza deixando de lado a ganancia, e o preconceito contra imigrantes islâmicos, porem de maneira superficial, no final é um filme sobre homens resolvendo suas vidas enquanto suas esposas, namoradas, e mães são retratadas apenas como esposas, namoras e mães que sequer tem ideia do que se passa ao seu redor.
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A história que se passa na Bélgica é a que conta com mais ação, e seu destaque é a atuação de Hichem Yacoubi como Hamed, a porção italiana da trama apresenta a histórias mais banal das três, onde Renzo diante da dificuldade de conseguir um emprego, e da noticia de que Gaia está gravida, toma uma atitude desesperada, mesmo após ela dizer que não quer ter o filho, desejo que é recriminado por Renzo, e então o assunto nunca mais é comentado.
Já a terceira história, que se passa na China, conta com belas paisagens, e longas cenas contemplativas, e em alguns momentos chega a parecer um comercial de café, mostrando as etapas da produção e comparando-as com os três sabores, amargo, azedo e perfumado, persentes no café, enquanto Fei toma uma xícara de café de olho fechados. A história em torno de Fei mostra seu conflito interno entre aceitar suas origens pobres e se reconciliar com elas e agradar seu chefe e sogro, o que consequentemente o faria manter seu ótimo cargo e padrão de vida.
Quando comparada com as porções italiana e belga do longa, a parte que se passa na China é responsável por desacelerar o filme de uma maneira nem sempre positiva, a quebra do ritmo faz com que interesse construído pela tensão da história anterior seja perdido.
A conexão através do café as vezes é um tanto quanto forçada, o que faz com que o filme seja realmente sobre três histórias distintas que não se conectam, apesar das histórias funcionarem individualmente e contarem com atuações sólidas, mas elas se desenrolarem sem muitas surpresas, com finais que parecem planejados para agradar a todos, talvez para você esquecer o inicial sabor amargo e lembrar apenas do final frutado.
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