A convite da Disney, o Super Cinema Up teve a oportunidade conversar com Chris Buck e Peter Del Vecho, cineastas vencedores do Oscar por “Frozen – Uma Aventura Congelante” em 2014, que permaneceram como diretor e produtor de “Frozen 2”, respectivamente. Em uma conversa descontraída, perguntamos sobre a trajetória dos personagens e o futuro da franquia de sucesso.
Desde o primeiro filme paira uma grande dúvida sobre quem é a protagonista de Frozen. Afinal, é a Anna ou a Elsa?
Peter e Chris: (risos)
Peter: Nós já nos perguntamos muito essa pergunta, e eu acho que a resposta e que nós temos duas protagonistas nos filmes, e eles são sobre a relação entre elas. E no primeiro nós tivemos um pouco mais do ponto da vista da Anna, e agora um pouco mais do ponto de vista da Elsa.
Chris: No estúdio nós falamos muito sobre isso “qual delas é a protagonista?”, mas tem algo sobre a Anna e a Elsa juntas que é muito forte. E nós nos apoiamos nisso para conduzir o filme.
Nesses 6 anos que separaram o lançamento do primeiro e do segundo filme, quando e como vocês decidiram realizar as drásticas mudanças nos destinos das personagens?
Chris: Foi bem no começo da produção, quando decidimos que tinham mais histórias para contar. Nós estávamos empolgados com a ideia de onde poderíamos chegar com o filme, e o destino das personagens virou o nosso guia para escrever a história. Pareceu o certo, para nós e espero que para o público também.
Diferente de muitos outros filmes da Disney, em “Frozen 2” há uma grande mudança no visual das personagens principais. Dado que é um filme para crianças e que tem um grande apelo comercial, como foi esse processo?
Peter: Claro que nós queríamos manter as personagens familiares ao público, mas o filme é sobre mudança e maturidade e isso reflete nas personagens também. A mudança acontece com a jornada, Anna e Elsa terminam muito diferentes do ponto de partida de Frozen 2, e se pensarmos desde o primeiro a mudança é ainda maior.
Ainda falando em evolução, o Olaf tem uma trajetória rumo a maturidade no filme também. Algum dia vamos ver o Olaf crescer de verdade?
Chris: Eu não sei se nós queremos que ele cresça algum dia. Eu acho que o jeito que ele enxerga o mundo com inocência é encantador, e a forma que ele diz algumas coisas profundas, mesmo sem saber o que significam, é como as crianças dizem algumas verdades as vezes, sem ter muita consciência.
Peter: Ele representa a criança que tem em cada um de nós.
Quem é Samantha?
Peter e Chris: (risos)
Chris: Você não é a primeira pessoa a perguntar isso. Na verdade, nós estávamos fazendo a cena com Josh Gad, dublador original do Olaf, e no papel Olaf estava procurando seus amigos Anna, Elsa e Kristoff, e Josh veio com esse nome “Samantha”. Nós rimos muito e pensamos que seria muito engraçado colocar isso no filme, naquele momento nós não sabíamos se iria para o filme de fato. Mas depois nas revisões nós achamos realmente engraçado, e acredito que o que torna a cena ainda mais engraçada é que o Olaf faz a piada e depois ri sozinho, nem ele sabe quem é Samantha.
Falando um pouco sobre o Kristoff agora, neste filme ele tem uma música só para ele, que inclusive é uma das melhores do filme, e tem uma apresentação toda inspirada nos anos 80 e 90. Vocês poderiam comentar um pouco essa escolha?
Peter: Desde o primeiro filme nós queríamos dar uma canção ao Kristoff, mas não conseguimos criar uma história para isso na época. E aqui é um momento que um homem com dificuldades de expressar suas emoções consegue fazer isso dentro da própria cabeça, com a ajuda das renas. Com essa ideia, a balada dos anos 90 surgiu naturalmente, incluindo o visual da cena.
No mundo real, o marido de uma rainha não é rei. No universo de Frozen, agora temos um rei para Arendelle?
Chris: Não houve um casamento ainda.
Peter: É, ninguém casou ainda, então nós não pensamos nisso ainda.
Existe algo que já está em produção para o futuro? Um terceiro filme ou algum curta?
Chris: Sim.
Peter: Quer dizer, nós temos algumas ideias para o futuro já… mas não começamos a produzir ainda.
E um live action de Frozen? É possível?
Chris: Nós vivemos no mundo animado de Frozen agora, então não temos ideia do que o futuro reserva para Anna e Elsa.
Esperamos que o futuro de Frozen seja realmente muito amplo, com mais curtas e filmes por aí, para que, quem sabe, possamos nos encontrar novamente com esses cineastas fantásticos e muito simpáticos.
“Frozen 2” estreia dia 02 de janeiro, com algumas sessões já no dia 1º. Não deixem também de ler a nossa crítica do longa.