Baseado na obra de Mike Mignola, o filme apresenta um equilíbrio perfeito entre a criação de um mundo fantasioso, e a realidade atual. Esses elementos foram introduzidos por um personagem tremendamente carismático e marcante, eternizado por Ron Perlman. Hellboy é uma ode a quebra de dogmas proposta por del Toro em sua filmografia.
Vale lembrar, porém, que o diretor já tinha se arriscado antes com a adaptação de outra HQ. ‘Blade II – O Caçador de Vampiros’ que traz praticamente todos os elementos recorrentes no filme de 2004 e consequentemente no de 2008. Nem por isso, a originalidade de todas as obras citadas, é perdida.
Se a síntese do herói carrancudo, e até fanfarrão, foi mimetizada com maestria por Perlman, isso só aconteceu por causa de Del Toro e suas referências. Boa parte do experimentalismo do diretor foi dedicado em “Cronos” e “A Espinha do Diabo”. Foi assim, que ele acostumou seu público a entender a adaptação das HQ de Mignola como uma obra autoral, e atemporal.
Se a introdução ao mundo de Hellyboy fosse feita nos dias autuais, provavelmente o cenário seria outro. A habilidade de del Toro foi refinada ao longo desses ano, mas infelizmente não acompanhou a demanda do público, que prefere o mero entretenimento, em relação a uma obra que extrapola suas pretensões.
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