Você já deve ter entrado em uma Igreja católica, mesmo que essa não seja sua religião, portanto já deve ter visto aqueles quadros em sequência representando a história de Jesus. Ao assistir ao francês ‘Maestá, a Paixão de Cristo’, do diretor Andy Guérif, essas sequências ganham vida, mas de uma forma diferente das outras representações da história do homem mais falado do mundo.
O filme todo é representando dentro de molduras, em praticamente um só plano geral, permitindo que o espectador tenha uma visão panorâmica de todos os acontecimentos envolvendo Jesus.
Nada disso não seria possível se essa história já não fosse tão conhecida por todos. Não há qualquer intimidade com o espectador, muito disso se dá pelo plano tal aberto, que não nos permite, de fato, conhecer os atores em cena.
São utilizados ícones em um processo semiótico que faz com que compreendamos a produção, que leva em conta justamente esse entendimento prévio da história.
O diretor francês entende que uma produção como essa ficaria cansativa e redundante se fosse de longa duração. ‘Maestá, a Paixão de Cristo’ tem apenas 60 minutos de duração, preservando a atenção do espectador, que após esse período poderia entrar em total queda, visto que o filme não tem trilha sonora, não constrói nenhuma intimidade com o espectador e não se utiliza de meios alternativos para prender a atenção por mais tempo. Isso não é ruim, apenas uma questão ideológica.