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Existe uma teoria no mundo cinematográfico de que dois gêneros não podem existir em um mesmo filme, a não ser que o seu realizador saiba muito bem o que está fazendo.
Criar filmes de terror misturado com ação, ficção e até comédia são fatores que chamam a atenção de muitos telespectadores. Contudo, quando o assunto é envolver o “drama” com o referido gênero, por mais que o público até aguarde ansiosamente, nem sempre o resultado é satisfatório.

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O tema “zumbi” sempre ganha destaque no mundo dos filmes de terror e, notoriamente, sempre consegue atrair uma boa legião de fãs do gênero, mesmo que os filmes não sejam bons, ou seja, a maioria das pessoas que se interessam por filmes de zumbis, esperam que, pelo menos, aquela determinada produção seja divertida, principalmente quando envolve ação e efeitos visuais bem convincentes. Entretanto, quando se mistura tal tema com uma história ou situação melodramática, se espera daí uma produção no mínimo ousada e, até certo ponto, surpreendente. Algo muito bem presenciado na série de sucesso ‘The Walking Dead’ que possui uma peculiaridade bastante animadora, o sentimentalismo e o drama psicológico que envolve cada personagem, o que tem contribuído, até o presente momento, para o grande sucesso da série.

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O filme ‘Maggie – A Tranformação’ se apresenta bastante curioso, a começar, pela situação do cenário pseudo – apocalíptico, uma vez que a humanidade não sucumbiu em sua totalidade à epidemia que estava aterrorizando a humanidade. Em outras palavras, as pessoas procuravam cuidar primeiro dos seus semelhantes para depois reerguer a sua sociedade, o que se torna um tanto enganador uma vez que, dificilmente, em uma situação desse tipo, as pessoas conseguiriam voltar à sua rotina normal sabendo que existe uma infecção capaz de transformá-las em monstros, mesmo que tal infecção pareça, de certo modo, controlada, conforme mostrada no filme.

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Arnold Schwarzenegger interpreta Wade Vogel, um fazendeiro que descobre que a filha Maggie (Abgail Breslin) acabou sendo infectada pelo vírus devastador que transforma as pessoas em devoradores canibais. A partir daí, conforme procedimento de segurança, a missão de Vogel é simplesmente aguardar que o vírus se espalhe quase que totalmente dentro do corpo da filha para depois enviá-la para um tipo de quarentena criada para acolher infectados, sem saber se os mesmos conseguiriam retornar curados. A questão é: será que, como pai, Wade conseguirá acabar com o sofrimento de sua filha?

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No filme, vemos um Arnold Schwarzenegger completamente diferente de tudo que já foi visto em seus filmes anteriores. Uma atuação dramática de um pai preocupado que embora se mostre sentimental demais acaba por não convencer, uma vez que a ator não consegue mostrar sofrimento, nem mesmo preocupação diante da situação em que se encontra. O que, em contrapartida, se pode ver na atuação de Abigail Breslin, embora muitos defendam que foi um grande erro de sua parte ter aceitado participar deste filme, até porque Abigail já trabalhara anteriormente em um filme do gênero terror zumbi, ‘Zumbilândia’. O mesmo se pensou da atriz Joely Richardson (filha da grande Vanessa Redgrave e do diretor vencedor do Oscar Tony Richardson) em ter aceitado atuar em ‘Maggie’. Para os críticos um tanto maldosos, não se sabe bem qual foi o erro maior das duas referidas atrizes, se era por estar atuando em um filme questionável e complexo demais ou simplesmente por atuarem ao lado de Schwarzenegger.

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Contudo, verdade seja dita! Embora o filme tenha recebido comentários mistos da crítica especializada, o que demonstra que o mesmo não foi totalmente ruim, a produção se mostrou carente de elementos de roteiro. Não se via, de fato, uma luta pela sobrevivência, nem o esperado tom de loucura que os personagens deveriam ter desenvolvido. Sendo mais direto, o tom dramático foi tão utilizado de forma exaustiva que, ao fim do filme, já não dava mais pra saber se tratava de um filme de terror ou do gênero drama. Faltou atitude por parte dos idealizadores e um enredo mais rico em detalhes. Em relação ao trabalho de maquiagem, pode se dizer que ficou agradável aos olhos do público pois se consegue ver a transformação dos infectados passando de estágio em estágio.

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Curiosamente, em nenhum momento do filme é mencionado o nome “zumbi” ou “morto vivo”, apenas “infectado”, bem como não se explica exatamente a forma, através da qual os referidos infectados poderiam ser mortos. Tudo isso feito talvez com o intuito de mostrar para o público que não era mais um filme do citado gênero zumbi. Um êxito que acabou por não ser alcançado, já que alguns pontos e traços relevantes do filme se apresentam como óbvios demais para os telespectadores.

 

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