O cinema que conhecemos hoje foi moldado aos poucos, afinal, mais de 120 anos não são estabelecidos tão rápido assim. Atualmente, olhamos para trás e podemos afirmar que o cinema foi algo revolucionário, tanto para o mundo da arte quanto como enxergamos o mundo. No início, nem os próprios irmãos Lumière, inventores do cinema, confiavam em sua criação, acreditando que seria apenas um entretenimento passageiro. Anos se passaram e o cinema provou ser mais. Para chegar ao que é hoje, a sétima arte passou por fases e mudanças radicais.

Confira agora, os cinco filmes mais importantes do cinema, não necessariamente os melhores, mas com certeza os mais importantes.

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Vamos voltar para 1915. ‘Nascimento de uma Nação’ estava estreando e é considerado o primeiro longa-metragem já feito. Bom enfatizar que o cinema não nasceu nesse ano, mas apenas o primeiro longa. O diretor D. W. Griffith ganhou o título de pai da linguagem cinematográfica após brincar com a escala de planos nesse longa. A dinâmica de plano geral, médio e close está presente em todo o filme, caracterizado como experimental. Griffith não foi o responsável, mas foram os americanos, a partir desse tempo, que inventaram o plano americano, plano muito utilizado pelo cinema onde a câmera está um pouco abaixo ou acima do joelho do personagem. Um filme muito revolucionário para a história do cinema, mas com algumas ressalvas.

Na história, os heróis são integrantes do Ku Klux Klan, movimento extremista que defende o nacionalismo branco e movido pelo ódio aos negros, católicos, judeus e imigrantes. Griffith trouxe um dinamismo ao cinema, apesar do roteiro polêmico. Caso queira conferir, prepare-se para as 03h10 de duração totalmente mudas.

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Walt Disney não só foi um dos homens mais importantes do mundo, como se tornou um dos mais importantes do cinema após o lançamento de ‘Branca de Neve e os Sete Anões’ (1937). O trabalho dos animadores se misturou com todos os problemas que Disney sofreu para realizar um sonho e ‘Branca de Neve e os Sete Anões’ é inteiro desenhado e pintado à mão, com mais de 250 mil imagens diferentes. Disney também sofreu com o orçamento do filme, tendo que investir do próprio bolso, chegando a ter que vender sua casa para concluir a produção. Apesar de todos os problemas sofridos, a animação de 1937 se tornou o primeiro longa animado do cinema, abrindo portas para um mercado revolucionário.

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A Rússia não poderia ficar de fora. No ano de 1925, o diretor Serguei Eisenstein levava aos cinemas ‘O Encouraçado Potemkin’. O longa trata de um fato histórico ocorrido em 1905, quando ocorreu um protesto que resultou em uma grande rebelião de marinheiros da guerra. O filme também trata de assuntos como justiça e poder coletivo, ganhando sua importância no universo cinematográfico por usar vários ângulos de câmera e criar uma edição e montagem dinâmica.

O longa é dividido em cinco partes e em sua quarta parte temos uma das cenas mais marcantes do cinema. Após uma mãe ser assassinada durante uma violenta luta entre protestantes e o governo, seu corpo empurra o carrinho de bebe pela escadaria de Odessa. A cena da queda dura mais de seis minutos com mais de 14 ângulos diferentes e marcou não só a época, mas o universo do cinema em si. O diretor Brian de Palma faz referência a essa cena no filme ‘Os Intocáveis’, de 1987.

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Quando falamos de cinema, o nome de Georges Méliès merece todo o carinho e importância, sendo o homem mais importante do cinema que conhecemos até hoje. Méliès era um mágico francês que conheceu o cinema em uma apresentação dos irmãos Lumière, que demonstravam ao público o primeiro “filme” já feito, intitulado de ‘O Trem Chega a Estação’, um curta de quase dois minutos que mostra um trem chegando a estação. Pode parecer bobagem, mas na época, o público nunca havia visto nada igual e as pessoas se assustavam, com medo de serem atingidas pelo trem. Méliès se apaixonou rapidamente pela arte e chegou a tentar comprar a câmera dos Lumière, que recusaram. Méliès, então, criou sua própria câmera e começou a criar seus próprios filmes.

Além de diretor, o francês escrevia e atuava em todos os filmes, onde utilizava seu conhecimento de mágica para montar histórias criativas e fantasiosas, tornando-se o pioneiro nos filmes de fantasia. Méliès também foi fundamental por inventar a edição e a montagem, considerada a única grande invenção do cinema, já que todas as outras técnicas foram retiradas de outras artes como o teatro e a literatura. Seu trabalho mais famoso é ‘Viagem a Lua’ (1902), um curta metragem inspirado na obra de Júlio Verne. George Méliès é um nome a ser venerado pelos amantes da sétima arte. No longa ‘A Invenção de Hugo Cabret’ (2011), Martin Scorsese tentou mostrar um pouco da vida do diretor, além de ser uma linda homenagem a sua história.

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Sem dúvida nenhuma, ‘Cidadão Kane’ (1941) é, até hoje, o filme mais importante da história do cinema, porque foi o filme que concretizou a linguagem cinematográfica. Orson Welles, que além de dirigir, atuar, escrever e produzir, levou para o cinema uma biografia não autorizada do magnata William Randolph Hearst, dono de grandes jornais americanos da época. Hearst já não havia aprovado Welles a tratar de sua vida pessoal e após Welles utilizar o termo “rosebud”, apelido que Hearst dava para sua parte favorita do corpo de sua mulher (se é que vocês me entendem), o magnata não ficou muito satisfeito.

‘Cidadão Kane’ utilizou uma narrativa subjetiva, não linear e fragmentada, como espécie de um quebra-cabeça. Narrativa essa que foi levada para outras obras cinematográficas do futuro e sendo utilizadas até hoje.

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A história do cinema tem muito o que nos contar e cada vez mais irá crescer, mas tudo o que será criado daqui para frente se deve a esses cinco filmes aqui citados. Lógico que o cinema não é explicado apenas em cinco filmes, muito pelo contrário, a cada lançamento, a história do cinema ganha mais um capítulo.

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