“Parque do Inferno” mira em clássicos, mas acerta o costumeiro clichê genérico

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Aparentemente, o cinema de terror não cansa de realizar seus trabalhos costumeiros. Nesta quinta, o público recebe nas telas mais um genérico e ruim filme de horror. Parque do Inferno até demonstra boas ideias, com qualidades potenciais, mas optaram seguir o óbvio, com um roteiro previsível e direção segura. Como não canso de dizer em minhas análises do gênero, o terror dá uma oportunidade única de exploração. Contudo, é ainda mais reconfortante se manter no que funciona para compensar o orçamento gasto.

Com uma carreira praticamente dedicada a montagem, Gregory Plotkin arriscou pela segunda vez como diretor em um filme de terror. Há três anos, arriscou-se na cadeira da direção no bagunçado Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma (2015), que, recheado de técnicas vazias e padrões, não mostrou forças para a franquia com uma conclusão confusa e vazia.

Em seu segundo trabalho, não muda muito. Agora sem o formato found footage, Plotkin colocou a mão na massa para trabalhar um terror mais clássico, podemos dizer assim. Porém, sua direção não consegue trazer a tensão necessária, até pela ajuda significativa do roteiro.

Sua suposta proposta tinha um potencial muito maior do que o filme se tornou. Dando a entender que a obra seria um terror adolescente com uma potente crítica à perseguição feminina, ainda no segundo ato, essa possível teoria se quebra e todo o potencial de ser algo a mais de mais um filme genérico se dá por terra e transforma Parque do Inferno em uma genérica diversão adolescente. Nessas características, Plotkin explora muito de outros filmes, como Sexta-Feira 13, mas principalmente Halloween (1978).

Os dois clássicos, além de trazerem as vítimas com os hormônios tinindo, também trazem o misterioso assassino mascarado. Neste caso, Parque do Inferno está muito mais próximo da obra de Carpenter, até pela ambientação do feriado macabro e da justificativa do assassino ser um mistério. A mesma coisa que A Morte Te Dá Parabéns (2017) – filme no qual Plotkin também trabalha como montador – explora em sua trama, deixando a tensão e a dúvida de quem é o assassino. Contudo, não há inovações em Parque do Inferno. As mortes, viradas e a própria revelação no final do longa são banais.

Não há desenvolvimento de tensão, até porque Seth M. Sherwood e Gary Dauberman escreveram péssimos personagens. Não há empatia. Todos são meros adolescentes fúteis sem qualquer drama para fazer o público criar algum sentimento ou ao menos se importar com a situação deles.

Mesmo que a intenção dos três tenha sido em criar algo realmente trash, ainda assim não funciona. O filme tenta criar um peso sério, dando um final até reflexivo sobre a capacidade humana, entretanto, tudo apresentado anteriormente é tão fraco que o final só entra na mesma onda de fazer uma curva em algo já estragado.

Ainda assim, Parque do Inferno traz características técnicas interessantes. A principal e, praticamente única, é a direção de arte. A ambientação em si é a melhor coisa do filme, tornando-se o personagem mais convidativo e agradável da trama. O terror deixou de estar presente no roteiro e ficou no parque. Todas as criaturas, também inspiradas em clássicos monstros do cinema, dão um espírito de gratificação em meio a tantos erros.

Parque do Inferno, então, não passa de uma tentativa frustrada de seguir a linha clássica de filmes de terror adolescentes com tons trash. Recheado de superficialidade, o texto é medíocre, construído em volta de uma trama banal e com personagens execráveis. Para chamar este filme de terror – ou algo perto disso – o gênero precisa passar por uma reformulação.

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