No longa, o advogado de créditos de seguros do Brooklyn James Donovan (Tom Hanks) aceita um trabalho bem diferente do que está habituado: defender Rudolf Abel (Mark Rylance), um espião soviético capturado pelos americanos. Mesmo sem ter experiência nesta área, Donovan torna-se o representante legal do seu país nas negociações entre os Estados Unidos e a ex-União Soviética ao ser enviado a Berlim para negociar a troca do espião pela libertação de Francis Gary Powers, um piloto americano, cujo avião foi abatido na União Soviética.
A Guerra Fria foi um marco histórico e é uma das vertentes muito bem contadas por Spielberg. Para aqueles que não se ligam muito na História, aquela matéria lecionada pelos professores nas escolas, pode, com certeza, assistir ao filme e entender um pouco do que, de fato, aconteceu durante o período da guerra.
Tudo isso porque Spielberg se preocupou em contar a história causada pelo incidente U-2 de 1960, que também inspirou um romance que leva o mesmo nome do autor Giles Whittell, mostrando detalhes sobre o acontecimento em cenas intimistas e verossímeis. As cenas entre o espião soviético e o personagem do astro Tom Hanks são provas disso, inclusive a cena da troca dos prisioneiros é um momento tenso e comovente.
Sem dúvidas, a atuação de Hanks merece destaque. Como os fãs já sabem, ele é um ator mais contido, por isso suas atuações são sempre muito centradas. Neste personagem não é diferente. O personagem tinha tudo para ser chato e caricato, mas o ator aplica todo seu talento pra compô-lo, e faz do advogado Donovan um homem mais humanitário e carismático. Amy Ryan, que interpreta a esposa de Donovan, também está muito bem no papel. Já Mark Rylance empolga com seu Rudolf – o espião – e entrega uma atuação competente e misteriosa, levando o espectador a querer saber cada vez mais sobre o personagem.
Spileberg também entrega uma direção mais séria. Diferente do que estamos acostumados a ver, ou seja, filmes cheios de ação, efeitos especiais e roteiros diferenciados, o diretor investe em um acontecimento para fazer um filme verdadeiramente compreensível. E essa é uma prova de que o diretor sabe equilibrar muito bem os gêneros.
Além disso, o figurino condiz com a proposta do filme. Os trajes de linho, os chapéus e vestidos representam completamente a época. Além disso, a trilha sonora, a fotografia e a sequência de cenas bem editadas, reforçam a ideia de que esse poderá ser um forte candidato aos filmes indicados ao Oscar no próximo ano. Confira!
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