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Após ataques terroristas no Missouri, o governo convoca Matt Graver (Josh Brolin) para resolver o problema da “maneira suja” que lhe é usual, Matt por sua vez convoca Alejandro (Benicio Del Toro) para a missão, que é incitar uma guerra entre cartéis mexicanos através do sequestro de Isabel Reyes (Isabela Moner) filha do dono do cartel com o qual Alejandro tem um passado.
Os eventos de “Sicário: Dia do Soldado” não são relacionados ao filme anterior (indicado a três Oscars), a sequência é dividida entre a missão de Matt e a iniciação de Miguel (Elijah Rodriguez) no cartel, e conta com muitas cenas aéreas, comboios no deserto e confrontos de equipes fortemente armadas. Tais confrontos que são responsáveis pelos momentos de tensão, que são bem construídos, porém falta um pouco de sofisticação na construção do suspense, presente no primeiro longa.
No decorrer do filme, a trama muda de rumo e a narrativa acaba ficando absurda e inconsistente, já que, ao invés de uma guerra entre cartéis como foi apresentado antes, agora eles juntam as ações dos cartéis com o terrorismo islâmico, os dois maiores inimigos da América. As condutas e manobras do governo americano são tão absurdas quanto a mudança de ares da trama. O ataque terrorista que deu início a missão de Matt e Alejandro é totalmente deixado de lado, e a história de Miguel que acontece paralelamente a história principal é trazida para o protagonismo de uma maneira previsível e pouco sutil.
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Taylor Sheridan repete a fórmula do roteiro e o filme tem aspectos presentes no longa de 2015, como a obscuridade no caráter dos personagens, explorando os dois lados da lei. Brolin e Del Toro mais uma vez apresentam atuações excelentes, entregando cada emoção às vezes sem ser necessário o uso de palavras. Benicio Del Toro exibe a intensidade silenciosa que tornou o personagem marcante, e Isabela Moner também não decepciona como a filha do chefe do cartel.
A trilha sonora composta por Hildur Guðnadóttir lembra muito a de “Sicário: Terra de Ninguém”, a qual foi indicada ao Oscar. E o segundo filme é dedicado ao seu autor, Jóhann Jóhannsson, que morreu em fevereiro deste ano.
Apesar de “Sicário: Dia do Soldado” não se manter a altura do filme que o precede ele conta com ótimas atuações, belos cenários, e um pouco da tensão que fez “Sicário: Terra de Ninguém” se destacar. O final não resoluto indica a probabilidade de um terceiro filme, que torçamos que não se afaste ainda mais do primeiro.
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