Dois cinéfilos inventam uma máquina capaz de apagar suas memórias, o que os permite rever seus filmes favoritos como se fosse a primeira vez. Essa é a sinopse de ‘Movie Mind Machine’, o curta-metragem dessa semana.
Quando as luzes se apagam, os trailers terminam, o filme começa e, com um pouco de sorte, esquecemos onde estamos e somos absorvidos para um novo mundo pelas próximas duas horas. Somos levados para lugares, tempos diferentes e dividimos emoções com os personagens.
Os cinemas continuam existindo por termos essa vontade – também necessidade – de consumir mais dessas estórias que funcionam como um alívio de nossa própria realidade, de nossas próprias vidas. Mas ao nos familiarizarmos com esses mundos, depois de revermos os filmes duas ou três vezes, parece que nos distanciamos muito daquela fantástica imersão inicial.
Engana-se quem pensa desse jeito. Engana-se quem pensa que os filmes te entregam tudo que podem na primeira vez que são assistidos. É prepotência, muita pretensão, achar que notamos de forma consciente o trabalho e as intenções de todas aquelas pessoas que estão listadas nos créditos.
Assistindo a ‘O Poderoso Chefão’ uma única vez, seria você capaz de detalhar todas as fraquezas e mudanças de Michael Corleone? Entender a construção do suspense de Hitchcock em ‘Psicose’?
Em ‘Movie Mind Machine’, os personagens acabam presos em um cômico ciclo vicioso de escapismo que frita seus cérebros. Um filme que faz graça com quem tanto gosta de filmes, mas parece não saber apreciá-los.
Revejo os filmes que tanto gosto, porque quero entender quais são os motivos de me trazerem certas sensações. Percebo que sou falho e incapaz de entender tudo de uma vez só. Passo mais tempo com os filmes, assim como passo com os livros. Tenho visto uma quantidade muito menor, mas assistido com muito mais qualidade.
Author : O ASTRONAUTA
