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Muito se discutiu sobre como seria o futuro dos filmes de heróis da Fox após a compra da Disney. Principalmente com o Deadpool, que depois da bomba que foi sua introdução em X-Men: Origens – Wolverine (2009), conseguiu ser adaptado fielmente por Tim Miller, no filme de 2016.
O sucesso financeiro e de público resultou no óbvio: uma sequência. Maior, mais engraçado e mais louco, Deadpool 2 evoluiu a trajetória do personagem com piadas ainda mais funcionais. Entre a estreia do longa e possíveis discussões sobre um terceiro, a Disney mudou o cenário com a compra. E um novo filme do personagem foi então anunciado, mas não era o que os fãs esperavam.
Ryan Reynolds e o estúdio surpreenderam ao anunciarem um novo filme do personagem tagarela ainda no mesmo ano de lançamento da sequência. Contudo, enquanto muitos esperavam Deadpool 3, o estúdio revelou que o “novo filme” seria uma versão light do longa lançado meses atrás. A ideia veio, claramente, como uma tentativa da Fox mostrar que seus personagens nas mãos da Disney podem sim funcionar. Pelo menos, essa era a intenção.
Não que o filme não funcione, mas Deadpool provou que suas piadas funcionam apenas uma vez de forma bem feita. Na segunda, quando já esperamos o resultado, faz a risada sair de forma mais forçada e nada natural, comparado com a primeira vez. Porém, Era Uma Vez Um Deadpool não é feito apenas de piadas repetidas, inclusive, o que faz o filme ser sustentável é a interação do mercenário com Fred Savage, conhecido pela série Anos Incríveis (1988 – 1993).
O filme se utiliza de uma estratégia narrativa funcional para sua proposta. No caso, Deadpool narra o segundo filme a Savage da maneira leve que o filme precisava e há piada sobre isso, o que faz o roteiro ser preciso nessa interação. Aqui, Savage faz o papel do espectador, realizando intercepções precisas no meio da história para comentários pontuais sobre as escolhas narrativas da história, fazendo com que tudo fique divertido.
Entretanto, a nova montagem da sequência não funcionou da maneira certa. Para quem já assistiu, não terá surpresas grandiosas. As únicas surpresas são limitadas a cenas que não estavam na primeira versão, piadas feitas de forma diferente e cenas que estavam na primeira versão e aqui não. Muitas delas, aliás, encaixam bem, e até funcionam melhor para explicar pontos específicos.
Porém, a violência, predominante no personagem, foi devidamente excluída e fez falta na essência de Wade Wilson. As cenas estão lá, mas claramente censuradas, sem sangues ou ataques violentos gratuitos. A boca suja de Deadpool também fez falta na narrativa, mesmo com a presença de bipes para tornar as falas mais engraçadas.
Entretanto, os dois pontos ainda exigem análises mais externas, para saber se elas funcionam para aqueles que não possuem a base da versão para maiores.
Mesmo que este ponto exista, é inevitável dizer que muita coisa não foi bem encaixada. A edição da nova versão sofre ao tentar encaixar diferentes cenas para torná-las mais “leves”, e isso provoca um incômodo visual absurdo, com erros de continuidade ainda mais claros. O incômodo visual provoca erros também no humor, já que muitas cenas acabaram não mantendo o desenvolvimento que a primeira versão tinha, dando às piadas um tom mais fraco.
No fim, Era Uma Vez Um Deadpool foi aquele presente de Natal parecido com o do aniversário, porém, um pouco pior. A versão mais leve só deixa ainda mais abertura para críticas às escolhas da Disney para personagens que exigem um tom mais pesado como é o caso do Deadpool. Além de ser uma versão que não vale tanto a pena ser vista por aqueles que já assistiram em maio.
Entretanto, por mais que o longa em si não funcione em grande parte, Era Uma Vez Um Deadpool traz coisas novas nas cenas pós-créditos. Ademais do “conserto” de Wilson pelos erros passados – que também não funciona tão bem quanto a primeira vez – a Fox fez uma belíssima e emocionante homenagem a Stan Lee que, de longe, é a melhor coisa dentro das quase duas horas de duração do longa. O que resulta muitas lágrimas após risadas forçadas e algumas – ainda que poucas – naturais.
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