Pegando uma carona na onda de filmes de super-heróis, que já dura há alguns anos sem nem sinal de ir embora, temos uma nova dupla de super-heroínas na Netflix. O Esquadrão Trovão é mais uma parceria entre o diretor Ben Falcone (que, como de costume, faz uma pontinha no filme) e a atriz Melissa McCarthy, que são casados na vida real.
Como toda história de super-herói, o Esquadrão Trovão também tem uma história de origem. Já no começo descobrimos que nos anos 80 um tipo de raio cósmico atingiu a Terra e deu superpoderes apenas para pessoas com pré-disposição a se tornarem sociopatas, gerando assim uma leva de supervilões que passou a aterrorizar o mundo. Os pais de Emily (Octavia Spencer) eram geneticistas e tinham como objetivo descobrir como dar superpoderes às pessoas comuns para que elas pudessem livrar o mundo desses supervilões, chamados de Meliantes, mas eles foram mortos pelas ações dos Meliantes antes de concluir suas pesquisas. Desde então, Emily passou a dedicar sua vida a finalizar o trabalho de seus pais.
Lydia é o completo oposto de Emily, só quer se divertir e curtir a vida enquanto Emily só tem olhos para os estudos. Apesar das diferenças, Emily e Lydia se tornaram melhores amigas, mas a amizade de infância não sobreviveu à adolescência e ambas seguiram caminhos diferentes, até que se reencontraram algumas décadas mais tarde.
Emily conseguiu terminar o trabalho de seus pais e está pronta para virar uma super-heroína, mas por conta de uma confusão clássica de comédia pastelão, Lydia acidentalmente recebe parte dos poderes, e assim nasce o Esquadrão Trovão.
As personalidades de Emily e Lydia refletem em seus novos poderes, enquanto Lydia ganhou superforça, Emily ganhou a invisibilidade e Lydia é, realmente, a força do filme. Melissa Mccarthy é um grande nome da comédia e consegue arrancar risos apesar de, muitas vezes, as piadas se estenderem mais que o necessário. Já Octavia Spencer não consegue aparecer tanto, sua personagem não é tão interessante quanto Lydia, tem um papel muito mais superficial e muitas vezes passa a impressão de não estar satisfeita com o caminhar da história.
Além da dupla principal, o elenco também conta com Jason Bateman, vencedor do último SAG Awards na categoria de melhor ator em série de drama, no papel do Meliante Caranguejo, que tem cenas boas – e super bizarras – com Melissa McCarthy, Pom Klementieff faz o papel da supervilã Laser e vale o destaque para Bobby Cannavalle como O Rei, o político ganancioso e grande vilão do filme.
Esquadrão Trovão tem um roteiro simples e por vezes raso. Enquanto algumas piadas funcionam, outras acabam perdendo o timing e a primeira parte, desde o começo dos poderes até o fim do treinamento, acaba durando mais do que o necessário. É na segunda parte que as amigas finalmente vão para a rua combater o crime, mas toda ação não consegue compensar a falta de desenvolvimento da trama.
Apesar de não tentar ser mais do que é, fica numa linha tênue entre uma paródia completa, como nas cenas com Caranguejo (que realmente tem patas de caranguejo apesar do corpo de homem) ou um filme para se levar a sério. Talvez, se tivesse abraçado mais o seu lado “farofa”, teria alcançado um resultado melhor.