“GALERIA FUTURO” RESGATA NOSTALGIA COM REFERÊNCIAS DE CLÁSSICOS DO CINEMA

Dirigido por Fernando Sanches e Afonso Poyart, o filme “Galeria Futuro”, que chega aos cinemas dia 18 de novembro, traz uma história de comédia e ação que flerta com o passado e a atualidade sobre a indústria cultural.

O longa conta a história de Valentim (Marcelo Serrado), Kodak (Otávio Müller) e Eddie (Ailton Graça) que são amigos desde a infância e trabalham na antiga Galeria Futuro. O lugar está cheio de dívidas e prestes a falir, até que a administração do local recebe uma proposta milionária para transformar o espaço em uma Igreja Evangélica. Os três amigos ficam destruídos com a possibilidade de perder a tão amada Galeria Futuro mas, a sorte deles muda quando acham um baú cheio de uma substância alucinógena dos anos 70, capaz de realizar os desejos mais insanos de quem a consome. Contando com a ajuda de Paula (Luciana Paes), uma recém chegada lojista, eles vão criar um plano surreal para tentar salvar a Galeria e impedir sua venda.

Logo no primeiro momento é possível perceber que o filme trata uma realidade, que é o fechamento de comércios que são vistos hoje como ultrapassados, como por exemplo, as locadoras de filmes, que depois da chegada dos streamings foram extintas. Mas o longa vai muito além na discussão, ao abordar como o trio de personagens principais também tem dificuldade de evolução na forma de pensar e agir.

O filme também é um prato cheio de referências aos clássicos do cinema, como o próprio diretor Afonso Poyart disse durante a divulgação do filme, “O mundo do cinema está homenageado [neste filme]”, e isso é visível, pois é citado filmes como “Kill Bill”, “Poderoso Chefão”, “Cidadão Kane”, “Esqueceram de Mim” e “Matrix”. Os filmes antigos são essenciais para seguir com a história, pois em muitos momentos eles usam elementos desses longas para apresentar outros gêneros cinematográficos, como o de ação, com cenas de lutas com um estilo bem gore e “tarantinescas”, e até no roteiro, ao criar planos surreais para salvar a galeria.

Mas mesmo com uma temática que funciona muito bem, o que não faz o filme brilhar tanto são os excessos presentes nos diálogos e na montagem. Existe, por exemplo, o uso excessivo de passar a ideia de como é uma linguagem dos “jovens” na internet, que acaba ficando cafona, ou então, em repetir muito as mesmas piadas, deixando a narrativa estagnada, o que não ajuda a evoluir os personagens, que são interpretados por ótimos humoristas brasileiros.

Por fim, “Galeria Futuro” é um filme divertido, uma comédia pastelão, que tem problemas no desenvolvimento do roteiro. Mas mesmo assim, tenta ao máximo ser diferente ao trabalhar mais de um gênero e trazer uma bagagem nostálgica que pode conquistar o público que procura por filmes mais leves.

E como sinalizado pelo elenco, pode acontecer um spin-off e transformar o projeto em uma série de tv, o que pode funcionar melhor para a temática proposta.

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