Em uma época de intolerância direitista gradual pelo mundo, pensamos no por que candidatos declaradamente anti-imigração num país construído por imigrantes como os Estados Unidos, e claro que estamos falando de Donald Trump, conseguem ter tanta força logo após um governo de políticas sociais internas importantes como foi o de Barack Obama. As medidas de controle de segurança externas são iguais nos dois casos, democrata e republicano, mas o tradicional partido conservador tem em sua essência algo que faz parte da fundação de seu povo; o medo do outro, e uma crença subconsciente de que eles são os escolhidos de Deus para mostrar o caminho ao mundo.
Donald Trump, candidato a presidência pelo partido republicano
A intolerância cresce, e mais uma vez, no caso da vitória de Trump nas eleições por apoio de uma classe-média reacionária, o país ensaia um isolacionismo que não faz mais sentido num mundo globalizado. Será?
No começo do século XX isso os ajudou a acumular riqueza e usar políticas de proteção trabalhistas como o ‘Neal Deal’ para manter os trabalhadores empobrecidos com a depressão de 1929, favoráveis a essa crença e não afeitos ao comunismo que crescia exponencialmente neste período. Resultado, vitória na Segunda Guerra e apoio dos países europeus atingidos financeiramente pelo fascismo. Tudo estava ganho, e o próximo inimigo era de esquerda, e a Guerra Fria começaria, e mais uma vitória do neo-liberalismo com a falência da URSS e a queda do muro de Berlim em 1989.
Por isso vem ao caso uma reflexão sobre a crescente necessidade de controle e a paranóia que o país tenta impor ao mundo, ou pelo menos ao seu povo, e isto também vemos no cinema em três bons exemplos da ficção que o Pipoca de Pimenta indicará a você leitor.
No recente ‘A Bruxa’(Robert Eggers), uma família de peregrinos da Nova Inglaterra do século XVII é expulsa de sua própria comunidade por excesso de religiosidade e doutrinação puritana, e dentro de seu próprio convívio existe o despertar dos piores instintos de cada um após o desaparecimento de seu bebê, atribuindo a culpa ao sobrenatural e a filha mais velha que alcança ali o nascimento de sua puberdade.
Anya Taylor-joy em ‘A Bruxa’
Joaquin Phoenix e Judy Greer em ‘A Vila’
Gary Oldman e Demi Moore em ‘A Letra Escarlate’