O sucesso do game Monster Hunter é inegável e o diretor Paul W S Anderson, responsável também pela adaptação do game Resident Evil e do primeiro Mortal Kombat para os cinemas, fez sua tentativa de replicar esse sucesso do game para a telona.
Com Milla Jovovich como protagonista, começamos acompanhando uma equipe de soldados do exército americano no deserto. Ao longe só se vê dunas e dunas de areia (e esse será o cenário da maior parte do filme) e, procurando por outra equipe desaparecida, eles passam por uma espécie de tempestade sobrenatural e são levados à uma nova dimensão com monstros gigantes saídos diretamente dos jogos.
O esquadrão de elite da Tenente Artemis (Milla Jovovich) é interpretado por atores como Diego Boneta e até a atriz brasileira Nanda Costa, que faz uma participação especial em sua estreia em Hollywood, e contém personagens carismáticos, mas acontecimentos logo na primeira parte do filme forçam Artemis a seguir sozinha.
E é partir da jornada solo de Artemis que começam os problemas dessa adaptação. A segunda parte do filme é extremamente repetitiva e não tem qualquer desenvolvimento, seja da trama ou dos personagens. A impressão é de que estamos assistindo a um gameplay. Artemis encontra um caçador guerreiro local (Tony Jaa), que não fala sua língua, e eles juntam forças para criar armadilhas e derrotar monstros, isso sem qualquer diálogo por conta da barreira linguística.
As cenas de luta são bem feitas, Milla Jovovich e Tony Jaa claramente dominam suas habilidades físicas, mas não conseguimos aproveitar plenamente porque todas as cenas são carregadas de cortes rápidos e planos e slow motions em excesso, o que gera confusão e continuidades desconexas.
Temos uma mudança do cenário desértico e da caça aos monstros apenas na parte final, em que somos levados à uma nova dimensão e, ao que parece, um novo filme. Outros personagens, que tinham aparecido de relance no início, aparecem, com uma nova trama que poderia ter sido muito superior a primeira, mas quando começamos a ficar animados, somos surpreendidos por um final aberto, evidentemente escrito com o único intuito de transformar Monster Hunter numa série.
Talvez o filme funcione para os fãs do game que só querem ver os monstros gigantes na tela de cinema, mas como filme o roteiro, também de Paul W S Anderson, não impressiona e impede a trama de se desenvolver. Entre o silêncio da falta dos diálogos, os cortes desconcertantes e o final apressado, é difícil de acreditar que os desejos do diretor possam ser atendidos e que uma sequência venha a acontecer.
Com sessões especiais desde o dia 18, Monster Hunter estreia oficialmente nos cinemas brasileiros em 25 de fevereiro.