Começando com um prólogo no Japão feudal do século XVII em que conhecemos a origem de Hanzo Hasashi (Hiroyuki Sanada) e de sua rivalidade mortal com Sub-Zero (Joe Taslim), já temos um vislumbre das tão esperadas cenas de luta que transformaram o game em um clássico dos anos 90, além de trazer cenas emocionantes de Hanzo com sua família.
Nos dias atuais, temos Cole Young (Lewis Tan), protagonista e um personagem original do filme, ele é um pai de família e lutador que já passou de seu auge e ganha a vida com lutas clandestinas, até que passa a ser perseguido por Sub-Zero sem qualquer explicação. Ele encontra Jax (Mehcad Brooks), descobre que os dois têm a mesma marca de dragão no corpo que os obriga a lutar no torneio Mortal Kombat para defender a Terra, aquela história que a gente já conhece do game.
Além de Jax, Cole conhece também Sonya Blade (Jessica McNamee) e juntos eles buscam o caminho certo para alcançar seu objetivo. Para treinar e desenvolver suas habilidades, eles encontram Liu Kang, Kung Lao e, por acidente, o mercenário Kano, o último servindo como alívio cômico, apesar de passar do ponto em alguns momentos. Os primeiros atos do filme funcionam mais como uma introdução dos personagens, mas sem abandonar a ação.
Falando em ação, a violência presente nos games consegue ser traduzida para o filme de forma convincente – bem menos absurda, e não decepciona. Além da violência, todas as cenas de lutas são extremamente bem-feitas (com um destaque especial para a luta entre Scorpion e Sub-Zero), tanto nas coreografias quanto nos efeitos e trilha sonora.
Essa não é a primeira vez que o jogo clássico ganha um filme, em 1995 Wes Anderson dirigiu a sua versão, que até hoje divide opiniões, mas a versão de Simon McQuoid dá certo porque não tenta ser mais do que é. É verdade que o roteiro não é exatamente inovador e os personagens não são tão desenvolvidos, mas esse não é o propósito de Mortal Kombat. O filme está aí para os fãs dos games, que se apaixonaram pelas batalhas sangrentas e não se decepcionarão com a nova versão cinematográfica.
Em relação aos personagens, apesar de não esperar grandes desenvolvimentos, eles ainda poderiam ter sido melhor aproveitados, mas a grande quantidade impede que cada um tenha um tratamento especial, principalmente quando falamos de Mileena, que é um favorita do público mas é reduzida à uma simples arma do grande vilão. Mortal Kombat é basicamente um filme de origem que prepara o terreno para vermos, enfim, um torneio entre os reinos da Terra e Exoterra, mas consegue entreter e fazer jus ao games que estiveram em seu auge nos anos 90, mas seguem fazendo sucesso e novos fãs até os dias de hoje.