O Homem das Multidões

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Há quem se identifique com “O Homem das Multidões”, que é um retrato real de como se comportam pessoas solitárias. Marcelo Gomes, diretor do premiado cinema “Aspirinas e Urubus” e Cao Guimarães, diretor de “Ex Isto” apresentam ao público dois personagens que não têm nenhuma perspectiva de vida. Margô, mesmo solitária e calada, consegue se abrir com Juvenal que também é solitário e calado e consegue saber da vida de seu amigo através das visitas. A atriz Sílvia Lourenço, veterana nas telonas (“Bicho de Sete Cabeças” e “O Cheiro do Ralo” e atualmente é protagonista do seriado “Bipolar”, que vai ao ar todas as quartas, às 22:30 no Canal Warner) é também co-produtora. Sílvia, o diretor Marcelo Gomes, os produtores Livia de Melo, Marcelo Gomes e Cao Guimarães estiveram em 12 cidades do Brasil divulgando o filme, dando entrevistas, falando sobre a produção.
Exibido no formato 1×1 retangular na vertical, foi proposital para fazer uma alusão como se a vida dos personagens principais estivesse sendo assistida por um iPhone. Pode causar uma certa estranheza, assistir em um telão um filme com uma técnica fora dos padrões habituais do cinema, mas fazer a platéia entender melhor como funciona a solidão de Juvenal e Margô foi uma forma inovadora de abordar o tema.
O filme foi baseado no conto do escritor estadunidense Edgar Allan Poe “The Man of the Crowd”, que foi publicado em 1840 e a história, passada em Londres, que, naquela época, era considerada a cidade mais populosa do mundo com 700.000 habitantes. “O Homem das Multidões” venceu o prêmio do 26º Festival de Cinema Latino-Americano de Toulouse, na França (melhor filme), Festival do Rio (melhor direção e melhor fotografia).
Embora os protagonistas da trama não tenham muito diálogo, “O Homem das Multidões” é uma das mais contundentes análises sobre pessoas fechadas em seu próprio mundo. Pode ser considerado um filme honesto com as situações e relacionamentos dos solitários e um ponto alto é o silêncio entre Juvenal e Margô, que mesmo sem falarem quase nada, dizem tudo em suas expressões e se compreendem pelo fato de serem iguais.

 

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